A caminho de 2008, todos os grandes partidos vão renovar suas direções nacionais para definir quem comandará a eleição municipal e traçará o planejamento para as eleições de 2010. O PMDB elege seu novo Diretório Nacional em março. O PFL renova o seu logo depois, em maio. O PT tem eleição interna marcada para o segundo semestre, mas grupos petistas querem antecipar a disputa para o primeiro semestre. O PSDB troca a direção nacional em novembro.

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O PT e o PSDB fazem apostas francas: vencedores das quatro últimas eleições presidenciais, os dois partidos se consolidam como alternativa de poder e deverão ter candidatos naturais – e fortes – em 2010. "Sobre o PT, uma coisa é certa: o partido lançará candidato em 2010", antecipa o deputado Sigmaringa Seixas. "O PT não tem estrutura para eleger um presidente da República que não seja Lula", provoca o deputado Roberto Freire (PPS), afiançando que "Lula é muito maior que o PT".

No PSDB, não é preciso ninguém alardear uma candidatura: ela já existe, e em dobro. Já o PFL deverá se conformar com a renovação das suas lideranças. Dificilmente o partido terá um nome de projeção nacional consolidado até 2010, até porque nenhum líder pefelista se destacou nas eleições gerais de 2006. Deverá restar ao partido a reedição da aliança com o PSDB, em especial se o candidato tucano for o governador eleito José Serra.

Aliados

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Do outro lado do espectro político-partidário, o PSB, um aliado preferencial do PT e do presidente Lula, sonha desde já com uma candidatura própria que poderia receber a bênção de Lula. Além do deputado eleito Ciro Gomes, o partido tem outro nome especulável – o do governador eleito de Pernambuco e ex-ministro Eduardo Campos, que é herdeiro político de Miguel Arraes e tem experiência administrativa.

O PMDB continua a desempenhar o papel de grande partido e grande enigma. Retalhado pelas divisões internas, abrigo de miríades de grupos regionais, o maior partido brasileiro exercita, como das outras vezes, o discurso de que pretende ter candidatura própria. Mas o senador Renan Calheiros reconhece que o partido nunca conseguiu se unir em torno de uma candidatura depois de ocupar a Presidência com José Sarney: "Ser um partido muito grande ajuda na manutenção da governabilidade, mas cria dificuldades para escolher um candidato.

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Freire aposta que as futuras eleições de 2008 e 2010 vão descortinar uma nova realidade: cobrados pela sociedade, os partidos vão chegar a elas com uma definição programática mais clara. Na prática política, aposta ele, haverá mais fidelidade às normas internas dos partidos. E, por fim, os próximos meses podem estimular um realinhamento político-partidário.