Brasília – Os candidatos à Presidência da República que contam com menos tempo no rádio e na televisão desenvolvem estratégias diferenciadas para aproveitar o horário eleitoral. O diretor de criação dos programas de Cristovam Buarque (PDT), Carlos Eduardo Andrade, diz que terá de usar mensagens rápidas e dinâmicas para apresentar as propostas do candidato. Cristovam terá 2 minutos e 23 segundos diários.
?Estamos tentando trazer conceitos criativos e que materializem as propostas que o candidato tem para que a população toda conheça?, diz Andrade. A gravação dos programas está ocorrendo em Brasília e conta com a participação de cerca de 40 pessoas, segundo ele.
Os assessores do candidato não divulgaram o valor total dos programas de rádio e televisão porque, segundo eles, isso ainda está sendo negociado com a agência de publicidade e com a produtora. Informaram ainda que, nos programas, há menos imagens externas e mais computação gráfica para reduzir os custos. Disseram também que não há equipe de vídeo acompanhando o candidato nas viagens e que as imagens são feitas pelas produtoras locais que trabalham com os candidatos majoritários de cada região e depois enviadas a Brasília.
Os programas da candidata Heloísa Helena (Psol/PSTU/PCB) também estão sendo gravados em Brasília por uma equipe de cerca de 10 pessoas. O cineasta Ronaldo Duque, um dos responsáveis pelas produções, diz que o custo total dos programas deve chegar a R$ 500 mil. Ele afirma que os programas de rádio e televisão da candidata serão praticamente os mesmos para reduzir as despesas. Mas, segundo ele, há uma equipe da produtora acompanhando a candidata em algumas viagens para gravar atividades de campanha.
Duque diz que o programa está sendo feito com a ajuda de militantes. O jingle, por exemplo, foi feito por simpatizantes. ?Foi a preço de custo. Custou R$ 1 mil, foi praticamente dado?, afirma. Dois locutores de São Paulo, conta ele, se ofereceram para narrar os programas. ?Eles são voluntários. A gente manda os textos para eles em São Paulo e vem via internet sem nenhum custo.?
Heloísa Helena terá direito a 1 minuto e 11 segundos de programa por dia. O cineasta Luiz Arnaldo Campos, outro responsável pelos programas da candidata, lamenta principalmente o pequeno número de inserções a que ela erá direito: 26, até o dia 28 de setembro. ?Vamos aparecer muito pouquinho nas inserções, que são um elemento muito importante porque surpreendem o espectador. Ele está vendo a programação e é pego desarmado?, diz.
O candidato que terá direito ao maior número de inserções é Geraldo Alckmin (PSDB/PFL), com 224 até o final do horário eleitoral, seguido do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PCdoB/PRB), com 159 inserções.
O candidato com menor número de inserções será Rui Pimenta (PCO), com 25. Segundo o assessor de imprensa do partido, Rafael Dantas, os programas estão sendo feitos na sede do PCO, por militantes que possuem experiência na área. De acordo com ele, o tempo do programa será usado para expor as reivindicações dos trabalhadores e fazer denúncias contra outros candidatos. Assim como Heloisa Helena, Rui Pimenta terá 1 minuto e 11 segundo em seu programa de rádio e televisão. De acordo com Dantas, o mesmo programa de TV será usado na rádio para diminuir os custos.
O candidato José Maria Eymael (PSDC) irá priorizar as propostas do partido durante seus programas de rádio e televisão, que durarão 1 minuto e 15 segundos. Segundo os responsáveis pela produção, como o tempo é pequeno, a mensagem será priorizada em detrimento de outros recursos, como música. Segundo os assessores, cerca de 20 pessoas trabalham na equipe de produção, e o custo estimado dos programas é de R$ 60 mil.
O sétimo candidato, Luciano Bivar (PSL), contará com 1 minuto e 15 segundos diários. ?A idéia é mostrar que Luciano é um candidato diferente e deixar a questão de atacar candidato A ou B para os outros?, afirma o assessor do candidato, Antônio Rueda. De acordo com ele, a estimativa inicial de custo dos programas é de R$ 60 mil.
