Ao defender uma candidatura única da coalizão governista na disputa presidencial de 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva animou os partidos aliados a lançar seus próprios candidatos. "A declaração do presidente coincide com o que eu tenho dito, que é natural uma candidatura da coalizão. Eu luto para que o candidato seja do PMDB e buscarei fazer com que seja a vez do partido. O futuro vai dizer", afirmou o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP).
O deputado petista Cândido Vaccarezza (SP) pregou uma candidatura do PT à sucessão de Lula. "O presidente está no papel dele de defender a continuidade do governo. Acredito que o melhor caminho é que o nome seja do PT, porque é o partido que reúne as melhores condições de manter unida a coalizão. Temos bons nomes e eu destaco a ex-prefeita e ministra Marta Suplicy", afirmou Vaccarezza.
Lula falou em candidato único no momento em que o bloco governista PSB-PDT-PCdoB na Câmara avança na idéia de uma candidatura própria em 2010 e tem como principal opção o ex-ministro e deputado Ciro Gomes (PSB-CE). "Meu bloco está na mesma perspectiva do presidente", afirmou Ciro, sem, no entanto, falar em projeto pessoal. "Sou capaz de citar uns 20 nomes (de presidenciáveis)", brincou o ex-ministro.
O deputado acredita, no entanto, que "existe um favoritismo natural do outro lado (oposição), por causa da possível união Minas Gerais-São Paulo", referindo-se aos governadores tucanos Aécio Neves e José Serra. Sobre a possibilidade de uma aproximação de Aécio com o PT, Ciro comentou: "Aí, ficaria muito melhor.
Oposição
Os oposicionistas ironizaram as declarações de Lula sobre candidatura única da coalização. "Eu digo: ‘acredite se quiser’. O presidente fica plantando isso para manter a base aliada, mas o PT nunca vai deixar de lançar o candidato a presidente. O PSDB terá candidato e o adversário será do PT", afirmou o líder tucano na Câmara, Antônio Carlos Pannunzio (SP).