O PFL conta com o PSDB para formar um "voto da oposição" e tentar derrubar no Conselho de Ética o parecer pela cassação do mandato do deputado Roberto Brant (PFL-MG), único oposicionista entre os onze parlamentares que respondem a processos no conselho por envolvimento com o "valerioduto". A votação do parecer contra Brant foi adiada de amanhã (24) para depois (25) porque o conselho tinha de cumprir prazo de duas sessões ordinárias da Câmara. A sessão de sexta-feira (20) não pôde ser contabilizada porque não teve o quórum mínimo de 51 deputados.
Como Ângela Guadagnin (PT-SP) tem votado contra a condenação máxima em todos os casos, alguns pefelistas acreditam que também podem contar com o voto da deputada. O problema é que os conselheiros pefelistas dificilmente votarão em defesa dos petistas que estão na fila das cassações. O PFL tem três votos no conselho. Com os dois dos tucanos e o de Ângela, seriam seis votos contra o parecer do relator Nelson Trad (PMDB-MS). Para derrubar o relatório, são necessários pelo menos oito votos. Os pefelistas têm dúvidas se conseguirão os dois votos do PP. O PFL não se compromete em votar a favor dos deputados do PP investigados no conselho
"Minha avaliação é que teremos de oito a nove votos favoráveis ao deputado Brant", disse hoje o líder do partido na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), que esteve no Conselho de Ética para mostrar aos conselheiros informações da empresa Usiminas sobre a doação de R$ 102,8 mil a Roberto Brant, quando o deputado concorreu à Prefeitura de Belo Horizonte, em 2004. Brant está sendo processado porque não declarou a doação, repassada por uma empresa de Marcos Valério Fernandes de Souza. Rodrigo Maia não fala em acordo com outros partidos, mas em "mostrar as diferenças entre os casos".
O PFL trabalha para conseguir os oito votos porque sabe que, em caso de empate, o mais provável é que o presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), apóie o relator e vote pela cassação do mandato
Está marcada para quinta-feira a votação do parecer pela cassação do deputado Professor Luizinho (PT-SP). A condenação, lida pelo relator Pedro Canedo (PP-GO) na última quinta-feira, surpreendeu o deputado petista, que tem poucas chances de conseguir derrubar o relatório no conselho. As esperanças de Luizinho vão se concentrar no plenário da Câmara.