A próxima legislatura mexicana, que tomará posse em 1º de setembro, refletirá o novo mapa político do país, com a histórica estréia do conservador Partido Ação Nacional (PAN), do presidente Vicente Fox, como força majoritária nas duas câmaras do Congresso.
Durante seu mandato de seis anos, que chegará ao fim em dezembro Fox enfrentou um Congresso com maioria opositora que bloqueou suas propostas de reformas estruturais nos âmbitos trabalhista, fiscal e energético.
O PAN não possuirá maioria absoluta, mas será a principal força no Congresso. Também poderá assumir a presidência do país se o Tribunal Eleitoral Federal confirmar a vantagem de seu candidato Felipe Calderón na contagem oficial das eleições de 2 de julho.
De acordo com os números finais, entre os 500 membros da Câmara dos Deputados, o PAN terá 206, enquanto que o esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD), do candidato Andrés Manuel López Obrador, contará com 126, o que transforma a agremiação pela primeira vez em segunda força política do México.
No outro lado da moeda, o antes dominante Partido da Revolução Institucional (PRI) ocupará 104 cadeiras. Os 64 deputados restantes foram eleitos por partidos pequenos.
No Senado, o PAN ocupará 52 das 128 cadeiras. O PRI terá 33 senadores e o PRD, 29. Os partidos pequenos ficaram com 14 no total.
O Tribunal Eleitoral Federal continua analisando as impugnações às eleições presidenciais, apresentadas principalmente pelo candidato López Obrador. Segundo os números oficias, porém não definitivos, apresentados pelo tribunal logo após as eleições, Calderón tem uma vantagem de 0,58 ponto porcentual sobre López Obrador. O tribunal tem até 31 de agosto para limpar a pauta e até 6 de setembro para declarar um vencedor.
Hoje, o governo federal descartou a possibilidade de que a tensão política gerada com as eleições se transforme em explosão social quando o tribunal eleitoral anunciar o nome do novo presidente. Para o porta-voz da presidência, Rubén Aguilar, a única possibilidade vislumbrada pelo Executivo é a de ocorrer protestos em alguns setores da sociedade, mas sempre dentro das leis.
