Foto: Valquir Aureliano |
A partida entre Atlético Paranaense e Império, domingo, em Curitiba, que terminou empatada por 2 a 2 poderá ser anulada caso o Tribunal de Justiça Desportiva entenda que houve erro de direito (ignorância ou errada compreensão da lei) na validação de um gol inexistente. Se o entendimento for de que houve erro de fato (engano sobre um fato), o resultado será confirmado, embora possa haver punições para o árbitro e o assistente. O TJD aguarda o envio da súmula à Federação Paranaense de Futebol (FPF).
O assistente Rogério Luder assumiu a responsabilidade pelo erro, isentando de culpa o árbitro José Francisco de Oliveira. "Do lado em que estava infelizmente tive a clara impressão de que a bola havia realmente entrado", afirmou. O presidente do TJD, Bortolo Escorsin, requisitou a fita. Segundo ele, mesmo que o auxiliar assuma o erro, o árbitro também é responsável, pois a decisão final é dele.
O presidente do Império, Aurélio Almeida, disse que o clube não vai pedir a impugnação do resultado da partida e nem gostaria que houvesse punições. "Foi um equívoco", analisou. "Um erro não conserta o outro." Para ele, o mais importante é que sejam acentuadas as discussões sobre o uso de meios eletrônicos no futebol, com o resultado sendo confirmado 24 horas depois da partida. "A arbitragem trabalharia com mais tranqüilidade", acredita.
O lance controverso aconteceu aos 26 minutos do segundo tempo, quando o Atlético, até então líder do grupo (foi ultrapassado pelo Francisco Beltrão, que tem os mesmos 15 pontos, mas uma vitória a mais), perdia por 2 a 1 para o Império, que havia conseguido apenas um ponto na competição. O meia Willians recebeu a bola na pequena área e chutou. Ela passou rente à trave, bateu atrás do gol e retornou balançando a rede.
Os jogadores do Atlético e a torcida não comemoraram. Willian chegou a dar socos no chão lamentando a perda do gol e o gandula jogou outra bola para que o goleiro cobrasse o tiro de meta. No entanto, o auxiliar Luder correu para o meio-de-campo e o árbitro marcou gol. "Foi um lance rápido. Eu estava fora de ângulo. Vi a bola correr na rede. A minha visão na hora foi a do assistente e o vi correndo para o meio", alegou Oliveira, que apita há 20 anos.
Com a pressão dos jogadores do Império, ele foi conversar com o assistente. "Ele disse que foi gol e que assumia as responsabilidades. Vou fazer o quê? Vou dar o gol", acentuou. "No recurso eletrônico, após a partida, eu vi que a bola não entrou." Luder tem cinco anos como assistente. "Vi a rede se mexendo e a bola correndo. Entendi que devia ter passado rente à trave e entrado", justificou. "Infelizmente falhei em um lance capital, em que não deveria ter falhado."