A participação da América Latina no comércio internacional deve repetir, em 2006, o resultado registrado no ano passado. Como o Brasil tem peso grande na região, está puxando para baixo os índices latino-americanos.

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?Se prevê alguma coisa na ordem de 5% no crescimento do mundo e no Brasil, se tudo der certo, vamos nos aproximar de 4%. Há muito tempo que o Brasil vem crescendo a taxas muito menores. É isso que está sendo levado em conta?, disse o professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Eiiti Sato.

Ele explicou que, no início dos anos 80, a América Latina tinha uma participação de 6,2% no comércio internacional, incluindo o Máxico, enquanto a Ásia, excluindo o Japão, representava 5,9%. Segundo ele, dados de 2002/2003 mostravam que a Ásia, ainda sem incluir o Japão, se aproximava dos 30 % no comércio mundial.

?A América Latina, ao contrário, caiu, embora alguns países tenham crescido na região, como o México e o Chile?, afirmou, acrescentando que esse foi o motivo do aumento de participação desses países nos organismos internacionais.

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Sato avalia que, do ponto de vista da negociação internacional, é normal que o Brasil queira uma participação maior em organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou Banco Mundial (Bird). E pondera que, para isso, é preciso que o país tenha relevância internacional.

?Tem que ter relevância, e isso vai além da retórica. Achar que o Brasil é candidato natural é uma visão no mínimo superficial. Existem questões que um país tem que ter, participação e relevância".

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De acordo com ele, em relação ao FMI, cada país tem peso diferenciado no colegiado e no processo decisório do fundo. As cotas estabelecidas para cada um refletem o peso que eles têm, ao contrário do que se pensa, que todos os membros de organismos internacionais têm o mesmo peso. "Ou seja: um país um voto". O professor observou que essas equações nunca ficaram muito claras.