O parlamento do Irã aprovou um projeto de lei exortando o governo a "rever" suas relações com a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU), abrindo caminho para uma redução da cooperação do país com a autoridade atômica internacional.

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A votação foi realizada quatro dias depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado sanções limitadas ao Irã por sua recusa em suspender o enriquecimento de urânio – um processo que produz tanto combustível para reatores nucleares como armas atômicas.

Membros da hierarquia governante do Irã têm repetidamente exortado o governo a romper relações com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o órgão de fiscalização nuclear da ONU, caso o Conselho de Segurança implemente as sanções.

"O projeto de lei dá liberdade ao governo para refletir sobre um leque de reações – desde abandonar o Tratado de Não-proliferação Nuclear até permanecer na AIEA e negociar", explicou o presidente do parlamento, Gholan Ali Haddad Adel, durante o debate do projeto, que foi transmitido ao vivo pela rádio estatal.

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O governo do Irã não informou ainda quais os passos que pretende adotar. Parlamentares e jornais têm especulado que o Irã pode restringir as inspeções da AIEA em suas instalações nucleares, reduzindo o número de inspeções e impedindo o acesso dos inspetores a determinadas seções.

O projeto afirma que o governo tem "a obrigação de acelerar o programa nuclear pacífico do país e rever sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica com base em seus interesses nacionais".

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Em Viena, a AIEA recusou-se a comentar a votação. O governo iraniano apoiou o projeto. "Trata-se de uma proposta muito útil" considerou o vice-chanceler Hamid Reza Asefi no Parlamento. "Peço aos legisladores para aprová-la.