Em meio a uma persistente onda de violência sectária, o Parlamento do Iraque aprovou nesta terça-feira (28) a prorrogação do estado de emergência vigente na maior parte do país por mais 30 dias. Ao mesmo tempo, explosões atribuídas a rebeldes árabes sunitas em três pontos distintos do Iraque provocaram a morte de oito pessoas e feriram mais 40. A extensão do estado de emergência foi aprovada por unanimidade em votação realizada na sede do Parlamento, uma área fortificada de Bagdá às margens do Rio Tigre onde ficam as principais instalações do governo iraquiano e a maioria das embaixadas estrangeiras.
O estado de emergência está em vigor desde novembro de 2004 em quase todo o país. A exceção é a região autônoma curda no norte do território iraquiano. Desde que foi instaurada pela primeira vez, a medida foi prorrogada em todas as votações realizadas pelo Parlamento. De acordo com as determinações do estado de emergência, as autoridades impõem um toque de recolher noturno e gozam de poderes para promover prisões sem a necessidade de mandados judiciais, além de operações militares e policiais diversas.
Os ataques de hoje atribuídos a rebeldes árabes sunitas ocorreram em Bagdá e no norte do Iraque. Dois carros-bomba explodiram perto do Hospital al-Yamouk, em Bagdá, provocando a morte de três civis e de um policial. Dezenove pessoas ficaram feridas, informou uma fonte na polícia local. Na província de Diyala, ao norte de Bagdá, a explosão de uma bomba na cidade de Baladrooz, matando três civis e ferindo quatro, disse outro policial. Ao norte de Diyala, o governador de Kirkuk sobreviveu a uma tentativa de assassinato promovida por um militante suicida que detonou os explosivos que levava consigo ao lado da comitiva oficial, disse o comandante de polícia Sarhat Qadir.
O homem-bomba tentou entrar no carro do governador Abdul Rahman Mustafa quando a comitiva passava pelo centro de Kirkuk. Ao perceber que a porta estava trancada, ele detonou os explosivos no lado de fora do carro. O governador e seus guarda-costas escaparam ilesos, mas a detonação provocada pelo militante suicida deixou um civil morto e 17 feridos.
Kirkuk abriga uma mistura étnica de curdos, árabes e turcomanos. Centenas de pessoas morreram em episódios de violência étnica e sectária na região ao longo dos últimos três anos. Kirkuk fica a 290 quilômetros de Bagdá. Combates terrestres na província de Anbar mataram um fuzileiro naval ontem, elevando a 2.881 o número de soldados americanos mortos desde o início da guerra do Iraque, em março de 2003, segundo uma contagem da Associate Press.