Os parlamentares da Somália aprovaram neste sábado (13), por 154 votos a favor e 2 contra, uma autorização para o governo declarar lei marcial por um período de três meses, informou o vice-presidente do Parlamento, Osman Ilmi Boqore. O governo da Somália luta para firmar sua autoridade depois de combater o movimento islâmico que tinha o controle de grande parte da região sul do país. Boqore disse que cabe ao governo determinar o início do estado de emergência.
A sessão do Parlamento transitório foi transmitida ao vivo pela rádio estatal e ocorreu na cidade de Baidoa, no sul da Somália. Duzentos e setenta e cinco parlamentares da Somália não estavam presentes durante a sessão e nem estavam na capital, Mogadisciu, ou na vizinha Kenya ou em outro lugar. "Depois de um longo debate sobre esta questão, muitos dos parlamentares votaram a favor; portanto, a lei foi aprovada pelo Parlamento", disse Boqore. A votação ocorreu enquanto tropas do governo e soldados aliados da Etiópia iniciavam uma busca de armas em todas as casas próximas ao principal aeroporto de Mogadisciu.
O governo apresentou a moção ao Parlamento na terça-feira, argumentando que a medida era necessária por causa da insegurança no país. Contudo, parlamentares se colocaram contra a medida, dizendo que muitas pessoas possuem armas em casa e seria perigoso impor uma lei marcial em tal situação.
No último distúrbio, mais de oito pessoas foram mortas na noite de sexta-feira e seis outras ficaram feridas quando milícias de um clã rival lutaram pela pastagem e água para sua criação de animais numa área de 140 km ao noroeste de Mogadisciu, segundo testemunhas disseram por telefone. Na sexta-feira, forças do governo respaldadas pela Etiópia capturaram os últimos remanescentes do movimento islâmico na Somália e os senhores de guerra se encontraram com o presidente e prometeram inscrever suas milícias no exército.
