Parlamento aprova afastamento do presidente de Israel

Um comitê parlamentar aprovou nesta quinta-feira (25) o pedido de afastamento por três meses do presidente de Israel, Moshe Katsav, enquanto promotores preparam um processo contra ele que deve incluir acusações de estupro e abuso sexual, além de obstrução da Justiça. Paralelamente, dezenas de deputados tentam obter sua deposição. Katsav fez o pedido ontem em discurso na TV, no qual ele acusou a mídia de promover uma "caça às bruxas" contra ele. O presidente, de 61 anos, reiterou que não fez nada de errado e disse que enfrentará qualquer acusação apresentada contra ele.

Nos últimos sete meses, Katsav vem enfrentando as alegações de que assediou mulheres que trabalhavam para ele, ameaçando-as de demissão se não lhe garantissem favores sexuais. Pelo menos uma funcionária o acusou de estupro.

Katsav tem imunidade como presidente – apesar de o cargo ser apenas cerimonial – e não pode ser julgado mesmo estando suspenso de suas funções. Para ser julgado antes do fim de seu mandato, em julho, deveria renunciar ou ser impugnado por uma maioria de 75% do Parlamento. O caso de Katsav chocou os israelenses, que já estavam inquietos com a guerra no Líbano – que não cumpriu o objetivo de derrotar o Hezbollah – e aborrecidos pelas acusações de corrupção contra o primeiro-ministro Ehud Olmert.

Uma pesquisa publicada hoje pelo jornal israelense Yedioth Ahronoth indicou que 71% dos israelenses crêem que Katsav deveria renunciar e 29%, que deveria permanecer no cargo. Katsav de origem iraniana, obteve a presidência em 2000 após derrotar Shimon Peres, que atualmente é o favorito nas pesquisas para substituí-lo. Antes, foi um pouco conhecido deputado e ministro.

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