Já está em poder da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias de corrupção nos Correios o relatório feito pela Controladoria Geral da União (CGU) sobre supostas irregularidades nos contratos mantidos pela estatal. O documento, composto por três cadernos, foi entregue hoje aos parlamentares participantes da comissão.
Segundo o deputado José Eduardo Cardoso (PT-SP), que diz ainda estar lendo o relatório, algumas questões quanto às licitações conduzidas pela empresa precisam ser melhor apuradas. O deputado afirma que, de acordo com o que já leu, há indícios de que certas licitações foram direcionadas. Cardoso ainda disse que o documento vai ajudar no questionamento dos próximos depoimentos. "Foi feita uma análise profunda, como é de se esperar uma análise jurídica".
Já o também deputado Gustavo Fruet (PSDB- PR), que ainda não leu o relatório, disse que há uma certa incompetência por parte dos órgãos de investigação do governo como a CGU e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Segundo ele, a CGU colocou há 40 dias uma equipe de 28 pessoas para analisar os contratos dos Correios, o que deveria ser feito antes. "Não falo que há má-fé, mas há uma clara falta de competência. O Coaf está mandando dados que estão se revelando incompletos, ou seja, há uma deficiência de informação" afirma.
O depoimento do ex-diretor de tecnologia dos Correios Eduardo Medeiros começou às 15h desta terça-feira. Ele tem negado qualquer favorecimento da sua diretoria em contratos resultantes de licitações. Especificamente no que se refere à empresa Novadata, ele apresentou números que mostram que, em 2002, a empresa tinha contratos de R$ 60 milhões e que, nos últimos dois anos, ganhou licitações que somam R$ 15 milhões.