Parlamentares da oposição e do governo querem explicações do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em relação à reportagem da Agência Estado que revela subavaliação de imóveis que estão em nome dele, conforme levantamento realizado nos cartórios de Ribeirão Preto.

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"Palocci tem obrigação de dar uma explicação cabal e irrefutável porque não pode haver dúvidas em relação à conduta do ministro da Fazenda, que é o homem que recolhe os impostos", cobrou o líder do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP). "É muito importante ouvir o ministro porque não se pode fazer nenhum juízo de valor sem ouvi-lo, sob pena de fazermos um prejulgamento", comentou o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP).

Palocci até agora não se decidiu a dar explicações. De acordo com registros no cartório de Ribeirão Preto, um dos apartamentos que pertenceram a Palocci na cidade foi registrado com o valor de R$ 57,70. Já a casa que Palocci ocupa atualmente sempre que está em Ribeirão foi comprada no papel por R$ 818,18. Essa casa, ainda conforme revelam registros no cartório, foi comprada numa complicada triangulação com a extinta construtora Encol.

"Neste momento, em que existem dúvidas e não há explicações por parte do ministro ou de sua assessoria, a presunção é de culpa porque não há como fazer presunção de inocência", disse Goldman. "O ministro Palocci tem de vir a público mostrar e provar que não houve nenhum ato de sonegação. Ele não pode ficar mais nem um dia sem justificar essas transações."

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O senador Jefferson Peres (PDT-AM) foi enfático: "Acho que é muito grave alguém sob suspeita de sonegar imposto, ainda mais quando este alguém é o ministro da Fazenda." Ele lamentou ainda que, "no Brasil do mensalão, infelizmente é possível que alguém até ache esse é um pecado menor". E ironizou: "Afinal, o próprio presidente Lula chegou a comentar que eram normais as irregularidades que estavam sendo denunciadas."

Já o líder do PFL, senador José Agripino (RN), afirmou que, "se o ministro não der explicações sobre um fato que parece absurdo, vou ser forçado a mudar de opinião sobre ele". Para o senador, o que está descrito na reportagem "é no mínimo esquisito e necessita de uma ampla explicação do ministro Palocci".

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