O ministro Pedro Parente, chefe da Casa Civil, creditou hoje à falta de divulgação ampla dos atos positivos do governo Fernando Henrique Cardoso, durante a campanha eleitoral, a derrota do senador José Serra, candidato do PSDB à sucessão presidencial. ?Não sou estrategista, não sou político nem vou ser, porque não sei pedir voto nem dinheiro para campanha, mas o debate político poderia ter sido mais enriquecido e a concorrência mais acirrada se as informações sobre o governo fossem colocadas na campanha, dentro de uma estratégia mais adequada?, disse Parente.
Parente ressaltou várias vezes que não estava fazendo nenhuma crítica à campanha do candidato tucano, mas destacou que não viu ser discutido, durante o horário eleitoral, as ações do governo federal. ?Não vi o governo de Fernando Henrique ser julgado pelo que fez. O que eu vi, como funcionário do governo, é que o governo foi atacado durante esse período e não se mostrou o que ele fez de bom, não tivemos oportunidade de nos defender desses ataques. Quem deveria fazer isso era o candidato, porque a Justiça Eleitoral não permitia que o governo o fizesse?, disse ele.
Parente evitou fazer uma avaliação mais profunda da campanha desenvolvida pelo candidato tucano. ?Não sei se o Serra não quis mostrar as ações do governo FHC e peço que não coloquem como uma crítica minha a campanha porque eu não sou especialista em campanha nem em análise de pesquisa qualitativa?, disse Parente. ?O que eu sei é que como funcionário deste governo, como ministro do presidente Fernando Henrique, eu tenho um enorme orgulho do que foi feito e defendo o que foi feito em qualquer lugar e de público, como fiz até agora?, afirmou Parente.
Parente lembrou que Fernando Henrique sempre fez questão de deixar claro, durante o período eleitoral, que o governo era uma coisa e a campanha era outra. ?E, o próprio candidato também teve esta postura, mas as informações estavam disponíveis, o governo estabeleceu um sistema de prestação de informações a todos os candidatos?, lembrou Parente.
Sobre o envolvimento de Fernando Henrique na campanha de Serra, Parente avalia que ?houve uma sinergia no limite do que era eticamente aceitável?.