O ministro Pedro Parente, chefe da Casa Civil, fez hoje um balanço positivo sobre os oito anos da administração do presidente Fernando Henrique Cardoso. Ex-secretário executivo da Fazenda e do Planejamento, Parente destacou, durante palestra realizada no Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), em São Paulo, os avanços do governo e admitiu que ficaram pendentes reformas importantes como a tributária e a previdenciária, além de questões na área fiscal, no que diz respeito a vinculação de receitas ou a gastos obrigatórios, temas que ainda devem ser atacados.
?Mas temos que entender a dinâmica dessas coisas, não é dizer que o governo não tentou fazer a reforma tributária, por exemplo?, disse Parente. ?Reforma tributária é como a seleção brasileira: todo mundo tem técnico, mas todo mundo tem seu próprio time e com a reforma tributária foi assim, todo mundo tinha a sua própria reforma e que dizia basicamente, é necessário aliviar a minha carga e para manter receita, tem que apertar dos outros?, disse Parente. Em sua avaliação, a reforma tributária ficou emperrada porque envolve a questão ?de quem perde e quem ganha?.
Sobre a reforma previdenciária, Parente afirmou que ela não foi concluída, entre outras coisas, porque ?o PT não ajudou?. ?Na discussão da reforma previdenciária no Congresso Nacional, tivemos enorme dificuldades com os partidos de oposição, liderados pelo PT?, disse Parente. ?Por isso, concordo com o presidente Fernando Henrique Cardoso, de que os partidos da base do governo, em especial o PSDB, não podem fazer com o PT o que eles fizeram com o governo. Tem que fazer oposição responsável, votar em benefício do País, independente de estar na oposição?, disse Parente.