Parecer pela cassação de Pedro Corrêa será votado nesta terça-feira

O deputado Pedro Canedo (PP-GO), autor do parecer que recomendou a cassação do petista Professor Luizinho (SP), deixou hoje (30) a Câmara e a vaga no Conselho de Ética. Canedo, suplente do deputado Leonardo Vilela (PSDB-GO), devolveu a vaga ao titular e já não participará da sessão de amanhã (31), quando será votado o parecer pela cassação do presidente de seu partido, Pedro Corrêa (PP-PE).

Na semana passada, Canedo esteve no centro de uma polêmica em torno da votação do parecer pela cassação do deputado Roberto Brant (PFL-MG). Segundo Canedo, Pedro Corrêa determinou que ele não fosse à sessão do conselho até que a bancada do PP se reunisse e tomasse uma decisão conjunta sobre Brant. O deputado e conselheiro já tinha avisado que votaria pela condenação, ao contrário do outro conselheiro do PP, Benedito de Lira (AL). Corrêa negou ter pressionado Canedo a mudar o voto e o deputado foi liberado para comparecer à sessão e votar como quisesse.

Canedo também recebeu pressões no processo do Professor Luizinho, para absolver o petista, mas surpreendeu os colegas conselheiros e o próprio processado ao apresentar um parecer pela condenação. O parecer de Canedo foi aprovado no mesmo dia da condenação de Brant. O PP indicará amanhã o substituto de Pedro Canedo.

No conselho, Canedo era suplente do corregedor da Câmara Ciro Nogueira (PP-PI) que, por causa do cargo, tem lugar permanente no colegiado. Ciro nunca participou do conselho.

Canedo disse hoje que foi "uma coincidência" ter saído na véspera da votação da cassação de Pedro Corrêa. Ele atribuiu a saída à decisão do governador de Goiás, Marconi Perillo, de mandar de volta para a Câmara os deputados federais que ocupavam secretarias estaduais. Voltaram à Câmara os tucanos Leonardo Vilela (Secretaria de Infra-Estrutura de Goiás) e Raquel Teixeira (Ciência e Tecnologia) e Roberto Balestra (Agricultura) do PP. Saíram, além de Canedo, Sérgio Caiado (PP) e Capitão Wayne (PSDB).

"O governador queria que eles voltassem em 31 de dezembro e conseguimos passar para 31 de janeiro. Agora não teve jeito. Eu gostaria muito de ficar na Câmara e no conselho, não agüento mais ser suplente. Já estava previsto que sairíamos. Não pode parecer retaliação, porque o partido não poderia me expulsar do conselho", disse Canedo hoje, descartando qualquer tipo de punição.

Por meio da assessoria de imprensa, Pedro Corrêa disse que lamentava que a bancada do PP ficasse com um deputado a menos e garantiu não ter qualquer problema com Canedo. Canedo esteve na liderança do PP para se despedir de Corrêa

A expectativa para a votação de amanhã é de que, depois de dois placares apertados, na semana passada, a cassação do mandato de Pedro Corrêa seja aprovada com margem maior de votos do que as de Brant e Luizinho. A votação marcará a volta ao conselho do relator do processo de Corrêa, Carlos Sampaio (PSDB-SP), depois de uma viagem de dez dias.

Sampaio não viu as movimentações de seu partido, na semana passada, em defesa de Brant. A cassação do parlamentar mineiro dividiu o conselho ao meio e o presidente, Ricardo Izar (PTB-SP), foi obrigado a decidir o empate de 7 a 7 e deu a vitória à cassação recomendada pelo relator Nelson Trad (PMDB-MS). Para garantir mais um voto em favor de Brant, o PSDB escolheu o deputado Jutahy Junior (BA) para substituir Gustavo Fruet (PR), que renunciou, mas o parlamentar baiano ficou apenas uma hora como conselheiro. Depois de votar pela absolvição do pefelista, Jutahy abriu mão da vaga. No mesmo dia, foi aprovado o parecer pela cassação do mandato do deputado Professor Luizinho (PT-SP) por 9 votos a 5.

"Tenho a expectativa de que, pelas conclusões objetivas do relator e por ele ser do PSDB, o conselho vai voltar ao hábito de acompanhar o relator por larga margem", diz o deputado Chico Alencar (P-SOL-RJ), um dos conselheiros que, na semana passada, alertou para o risco de um "acordão" entre os grandes partidos em defesa de alguns deputados processados. "Algumas votações vão ser apertadas. Ainda há um ambiente de tentar poupar alguns deputados", diz Chico Alencar. Amanhã, a expectativa é de que votem pela absolvição de Pedro Corrêa os dois conselheiros do PP e a petista Ângela Guadagnin (SP), que tem votado sempre contra a cassação de mandato e defendido penas mais brandas.

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