Parecer desqualifica proposta da Variglog pela Varig

O administrador judicial da Varig, a consultoria Deloitte, desqualificou hoje a proposta da VarigLog para a compra de sua ex-controladora, a Varig. A consultoria recomendou, inclusive, que o leilão de venda da empresa não seja realizado com a proposta apresentada pela VarigLog.

"Isto frustraria a competição almejada pelo leilão, criando uma venda direta sob a roupagem de leilão judicial", avaliou a consultoria no documento de cerca de 40 páginas apresentado hoje pela Deloitte à Justiça do Rio. "A venda pelo preço mínimo apresentado pela VarigLog não seria benéfica aos credores e às próprias empresas em recuperação", acrescentou o documento.

No parecer, a consultoria considera que, se for pequena a possibilidade de haver outros potenciais investidores interessados em comprar a Varig, e caso haja a conclusão de que somente a VarigLog estaria interessada na negociação, "o caminho correto seria a votação da proposta da VarigLog diretamente em assembléia geral de credores, sem a posterior realização do leilão com as conseqüências jurídicas daí advindas ao arrematante".

O parecer da Deloitte questiona principalmente a formação do preço mínimo estipulado pela VarigLog para sua ex-controladora, de R$ 277 milhões. Este valor compõe a proposta total de cerca de R$ 1 bilhão (equivalente a US$ 485 milhões) que a VarigLog se propõe a desembolsar pela ex-controladora. O valor mínimo, no entanto, seria repassado para a chamada Varig antiga, que seria desmembrada da atividade principal para amortizar o passivo de R$ 7,9 bilhões.

O parecer destaca ainda que as restrições apontadas pela Deloitte podem ser revistas caso a VarigLog apresente os esclarecimentos solicitados. O parecer sugeriu a realização de uma audiência, que foi marcada para a próxima segunda-feira, entre a VarigLog, a Varig, a comissão de juízes do caso Varig e a Deloitte.

Depósito

Hoje o presidente da Varig, Marcelo Bottini, descartou a possibilidade de a companhia paralisar suas operações, caso se esgote a linha de crédito de US$ 20 milhões que a VarigLog abriu para a ex-controladora.

Segundo Bottini, a VarigLog, se necessário, poderia oferecer mais recursos para garantir a continuidade da operação da companhia. Além disso, o executivo lembrou que a Varig também tem sua receita normal com a venda de passagens.

"A VarigLog está disposta a comprar a Varig. Se precisarmos mais dois ou três dias (de empréstimo), não há dúvida que ela continuará fazendo aportes", afirmou.

De segunda-feira da semana passada até hoje, a VarigLog já emprestou US$ 11 milhões para a Varig, de uma linha de crédito total de US$ 20 milhões.

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