As Secretarias da Saúde e dos Transportes firmaram parceria com a Rodonorte, concessionária responsável pela administração do trecho que liga Curitiba a Apucarana e Ponta Grossa a Jaguariaíva, para reduzir o número de acidentes nas estradas. A campanha, lançada nesta terça-feira (5), tem como foco principal o perigo da ingestão de bebidas alcóolicas. A ação intitulada ?Viaje em Paz? trará mensagens e observações aos motoristas sobre o perigo do álcool quando se está dirigindo, já que esta é a maior causa de acidente de trânsito. ?A melhor aplicação dos recursos públicos é na prevenção. A parceria do governo com a iniciativa privada é importante para que as pessoas se conscientizem de que a responsabilidade começa com cada um de nós?, lembrou o secretário da Saúde, Cláudio Xavier.

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A campanha, que terá peças como cartazes, praças de pedágio personalizadas, folhetos e spots de rádio, seguirá os mesmos moldes da parceria com a Caminhos do Paraná, firmada no ano passado. Em função dessa campanha, o número de pessoas envolvidas com acidentes no período de Carnaval, no trecho administrado pela Caminhos, caiu 45%, mesmo com um crescimento de 3% no tráfego de veículos. Em uma comparação entre os meses de julho a novembro de 2003 e 2004, quando a campanha já havia iniciado, houve uma redução de 38% do número de acidentes ocasionados pelo consumo de álcool.

O presidente da Rodonorte, Maurício Soares Vasconcellos, afirmou que a campanha já é vitoriosa por ter conseguido reunir a parceria de diversos órgãos. ?Precisamos todos juntos mostrar que bebida e direção não são compatíveis?, disse. Segundo o diretor-presidente da Paraná Turismo, Jorge Demiat, uma ação esclarecendo as pessoas sobre a segurança nas estradas pode contribuir para o turismo no Estado. ?Para o turista, a segurança é fundamental. E uma campanha que incentiva as pessoas a não tomarem bebidas alcóolicas está diretamente ligada à segurança?, comentou.

Álcool

Os efeitos do álcool para quem dirige começam com reflexos lentos, perda do senso de responsabilidade e alteração na coordenação motora. Essas mudanças no comportamento do motorista podem levar aos acidentes com muita facilidade. Mas mesmo o permitido pela legislação pode acarretar um pequeno decréscimo na percepção e reflexos dos motoristas. ?Temos que lembrar que quem dirige alcoolizado não coloca apenas a sua vida em risco, mas também de outras pessoas?, disse Xavier.

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Uma estimativa feita pelo Departamento de Trânsito do Paraná (Detran) aponta que mais de 50% dos acidentes no Estado são conseqüência do consumo de álcool, dado que também vale para a média nacional, enquanto em todo o mundo esse total gira em torno de 30 a 40%. Somente em 2003 foram 89.448 acidentes de trânsito em todo o Paraná, com um total de 2.825 mortes. Nas rodovias federais e estaduais o número de acidentes e mortes é, respectivamente, de 13 mil acidentes, com 826 mortes e mais de seis mil, registrando 459 óbitos.

No ano passado, segundo dados do Centro de Informação e Diagnóstico em Saúde (Cids), da Secretaria da Saúde, 3.124 pessoas morreram devido a acidentes de trânsito no Paraná. Somente o Hospital do Trabalhador, em Curitiba, neste ano atendeu até o final de março deste ano 3349 pessoas com traumas relativos aos acidentes de trânsito.

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Dirigir alcoolizado pode levar o infrator à cadeia, além de multas que podem chegar a 900 UFIR, suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo. O mesmo vale para qualquer outro tipo de substância entorpecente.

Programas

Além da Campanha e das parcerias, a Secretaria também presta assessoria e orientação para os municípios que desejam implantar ou já colocaram em funcionamento centros de tratamento e reabilitação para alcoólatras. Duas unidades próprias da Secretaria também prestam esses serviços, o Hospital Adauto Botelho e Centro Psiquiátrico Metropolitano. Qualquer pessoa que deseja buscar auxílio pode procurar uma unidade de saúde que será encaminhada para o tratamento.

Um programa interno também trabalha a prevenção às dependências químicas, como o álcool. Os grupos de servidores que no ano passado se reuniram e trocavam experiências e informações sobre as conseqüências do uso, além de possibilidade de tratamento, hoje passa por avaliações médicas e psicológicas. Ao todo mais de 50 pessoas que participam o programa. Outras vagas estão sendo criadas para dar início aos novos grupos. ?O nosso objetivo é construir um espaço no qual o servidor possa fazer uma auto-avaliação dos seus comportamentos, além de poder falar abertamente de seus problemas?, avaliou Xavier. Nestes grupos os servidores participam de seminários e atividades dentro de todos os contextos sociais, como no trabalho e com a família.