Com apenas R$ 25 mensais por criança, o programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, garante alimentação, reforço escolar e a prática de esporte para melhorar a saúde, o rendimento escolar e a auto-estima das crianças brasileiras de baixa renda, além de tirá-las das ruas. O baixo custo se deve às parcerias feitas com organizações não-governamentais, empresas privadas, governos estaduais e municipais e outros órgãos do governo federal.

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De acordo com o ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, esses acordos possibilitam reduzir o valor gasto e atender um número maior de crianças. "A grande virtude do Segundo Tempo é a parceria. O programa, que é uma rede de proteção de nossas crianças, é responsabilidade não só do poder público, mas também da sociedade civil, o que acaba reduzindo os custos. Hoje, o governo trabalha com mais de cem parceiros, que entram muitas vezes com material esportivo. O parceiro dirige o programa em sua cidade e nós treinamos os instrutores", diz Agnelo.

Em 2004, o governo federal gastou com o programa R$ 60 milhões para atender 834 mil crianças. Neste ano esse número vai ultrapassar um milhão. Em Paracatu, Minas Gerais, por exemplo, são atendidas 250 crianças com o apoio da organização não-governamental Fundação Consciênciarte. O Ministério do Esporte repassa R$ 108 mil por ano para a fundação. Além de desenvolver atividades esportivas e de reforço escolar, a ONG trabalha o lado artístico da criança incentivando a participação no coral e na montagem de peças teatrais.

Vinícius dos Santos Martins, tem 13 anos, está na 6ª série e mora com a mãe e 11 irmãos em Paracatu. Ele sempre gostou de cantar nas festas de aniversários dos colegas e algumas vezes até cobrava pelas apresentações. Agora, com o apoio do programa Segundo Tempo, Vinícius vai até lançar um CD. "Eu sempre gostei de cantar. Eu me apresento nos aniversários, desde os nove anos, cantando e tocando violão. Agora tenho a chance de gravar um CD", conta o menino.

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De acordo com o coordenador do programa em Paracatu, Lucivaldo Paz de Lira, o objetivo da Fundação é atender as crianças mais carentes da cidade. Ele destacou que o impacto imediato da implantação do programa em Paracatu é a redução do número de crianças nas ruas. "Nós buscamos essas crianças nas ruas e elas fazem a troca da rua pelo esporte e pela arte rapidamente", explica. Segundo ele, neste ano, a meta fundação Conscienciarte é atender 1,5 mil crianças.