Parceria vai repovoar o litoral paranaense com robalos

Cerca de um milhão de larvas e 300 mil alevinos de robalo serão soltos até o fim deste ano, nas baías do litoral paranaense, pelo Centro de Produção e Propagação de Organismos Marinhos (CPPOM) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. As primeiras matrizes foram capturadas neste sábado (25), durante o Torneio de Pesca Esportiva, no Iate Clube de Guaratuba.

O projeto ?Repovoamento do Litoral do Paraná com Alevinos de Robalo? tem recursos da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior/Fundo Paraná da ordem de R$ 885 mil. Associações de pescadores da região e o Iate Clube de Guaratuba também colaboram com o projeto. De acordo com a parceria, o CPPOM, que é mantido pela Associação Paranaense de Cultura, dos Irmãos Maristas, fará a desova artificial, a larvicultura, a alevinagem e a engorda dos peixes, trabalho que envolve a captura, seleção, transporte e manutenção de reprodutores em laboratório.

?Também vamos promover eventos de educação ambiental para conscientizar a população sobre a pesca predatória", esclarece o coordenador técnico do CPPOM, Fabiano Bendhack. Segundo ele, o CPPOM é o único laboratório do estado com infra-estrutura para produção de larvas e alevinos de robalos. Alguns trabalhos desenvolvidos no laboratório geraram resultados satisfatórios. Em 2001, o CPPOM produziu 252 mil de larvas de robalos, que foram soltas na baía de Guaratuba, informa.

Cultivo Comercial 

A produção de larvas e alevinos de robalo tem sido desenvolvida com o propósito de viabilizar o cultivo comercial em cativeiro e o repovoamento consciente das baías do litoral paranaense. "De nada adianta todos esses esforços em recuperar os estoques de robalo se não despertarmos a consciência dos pescadores para o desenvolvimento sustentável dos recursos naturais. É necessário também respeitar as medidas mínimas de abate da espécie, que é de 35 cm, quando este já fez, pelo menos, uma desova", salienta o professor Sylvio Péllico Netto, coordenador administrativo do projeto e decano do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da PUC.

Conforme Péllico Netto, na piscicultura marinha os robalos apresentam grande potencial para o cultivo. Nos países da Europa e Ásia, as espécies de robalos cultivadas em suas respectivas regiões são muito procuradas para pesca esportiva, com preços de venda bastante elevados. "O robalo é um peixe que se adapta muito bem ao cativeiro. Tanto os jovens quanto os adultos são resistentes às manipulações e variações dos parâmetros físico-químicos da água", explica o professor.

A espécie

Os robalos são carnívoros e se alimentam, preferencialmente, de pequenos peixes e crustáceos. Apresentam corpo alongado, comprimido, com o perfil dorsal acentuado. O robalo-peva tem dorso cinza esverdeado e laterais
prateadas. Pode atingir 50 cm e pesar até 5 kg. O robalo-flecha tem coloração acinzentada no dorso, esbranquiçada no ventre e uma lista lateral separando as duas cores. Pode chegar a 1,20 m e 25 kg. A medida mínima de captura é de 50 cm. São encontrados em águas do Atlântico Ocidental: no Sul da Flórida (EUA), costa sudeste do Golfo do México, na maioria das Antilhas e Caribe, costa da América Central e do Sul.

No Brasil, o peixe é encontrado do Amapá até o Rio Grande Sul. Vive em águas costeiras e estuarinas, podendo também ser encontrado nas partes altas dos rios. Pela sua esportividade e carne saborosa, é um dos peixes mais visados por pescadores amadores, esportistas e profissionais. "Infelizmente, a degradação dos estuários e a pesca predatória têm diminuído os estoques remanescentes das espécies de robalos em seus ambientes", lamenta Sylvio Péllico.

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