Parceria com a PUC gera renda para os pescadores do Litoral

O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues visitou neste sábado (27) os projetos desenvolvidos no Centro de Produção e Propagação de Organismos Marinhos (CPPOM), em Guaratuba. Estes projetos estão repovoando o litoral paranaense com alevinos de robalo e produção de sementes de ostra nativa em larga escala.

Os trabalhos são resultados da parceria entre o governo do Estado ? a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior investiu R$ 1,3 milhão nas ações ? e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), que desenvolve a parte técnica e de pesquisa.

?A idéia é criar a partir destes projetos programas sociais que propiciem a sustentabilidade dos pescadores em períodos de defeso e reprodução, quando a pesca é proibida. Os pescadores poderão auxiliar no processo de engorda dos alevinos em tanques redes, por exemplo, garantindo posteriormente uma porcentagem dos peixes para a comercialização?, explicou o secretário Rasca Rodrigues. Segundo ele, esta proposta já é desenvolvida pelo Centro de Piscicultura do IAP em Toledo nos rios da região.

No inicio do mês de janeiro o programa já garantiu a soltura de 300 mil alevinos de robalo nas baías do Litoral paranaense com o auxílio de Associações de pescadores da região e do Iate Clube de Guaratuba. Além do trabalho de desova artificial, larvicultura, alevinagem e engorda dos peixes, o projeto prevê eventos de educação ambiental para conscientizar a população sobre a pesca predatória.

O vice-presidente da Fundação Mantenedora da PUC, Frederico Untemberger, contou que, de vinte em vinte dias, os projetos recebem seis estudantes bolsistas e doze universitários de todas as faculdades e regiões do Paraná para aperfeiçoamento e estágio.

?É uma oportunidade para os alunos aprender de perto técnicas voltadas a maricultura. Precisamos agradecer ao governador Requião por ele investir e acreditar neste projeto, que tem uma importância fundamental para o futuro do litoral paranaense?, disse Frederico.

Cultivo comercial

A produção de larvas e alevinos de robalo tem sido desenvolvida com o propósito de viabilizar o cultivo comercial em cativeiro e o repovoamento consciente das baías do litoral paranaense. ?Além disso, atuamos na conscientização dos pescadores sobre a importância de recuperar os estoques pesqueiros e utilização sustentável dos recursos naturais?, relatou o coordenador dos projetos e do CPPOM, zootecnista Fabiano Bendhack. Segundo ele, é necessário respeitar as medidas mínimas de abate da espécie, que é de 35 centímetros, quando este já fez, pelo menos, uma ?desova?.

A piscicultura marinha ? em especial os robalos ? apresenta grande potencial para o cultivo e também é muito procurada para pesca esportiva, com preços de venda bastante elevados. ?O robalo é um peixe que se adapta muito bem ao cativeiro. Tanto os jovens quanto os adultos são resistentes às manipulações e variações dos parâmetros físico-químicos da água?, explica Fabiano.

No CPPOM estão sendo produzidas espécies de robalo-peva, que podem atingir 50 centímetros e pesar até 5 quilos. Existem diversas espécies de robalos, que são peixes carnívoros e se alimentam, preferencialmente, de pequenos peixes e crustáceos. O robalo-flecha tem coloração acinzentada no dorso, esbranquiçada no ventre e uma lista lateral separando essas duas cores. Pode chegar a 1,20 m e pesar 25 quilos.

O estudante Igor Assoni, veio de Toledo no início do mês para fazer estagio no CPPOM e disse estar muito satisfeito com o que aprendeu. ?É uma oportunidade única e ainda tive muita sorte de chegar bem no período de soltura dos peixes. Aprendi sobre a cadeia alimentar do robalo e da ostra, espécies que não teria a oportunidade de aprofundar o conhecimento na minha cidade e isso é muito importante para um futuro biólogo?, afirmou o universitário.

Ostras nativas

Já o projeto voltado à ostreicultura sustentável no Litoral paranaense fornecerá aos produtores as sementes de ostra nativa. Espera-se que, com o cultivo do molusco, o pescador tenha trabalho e produto de qualidade para comercializar durante o ano inteiro. O que reduzirá a pressão sobre os bancos naturais de ostras nativas na região.

No Paraná, os cultivos estão concentrados nos municípios de Guaraqueçaba, Paranaguá, Guaratuba e Antonina. O projeto prevê também orientações sobre educação ambiental, nas comunidades ribeirinhas, para que o pescador cultive os moluscos, sem degradar o meio ambiente.

O secretário de Meio Ambiente de Guaratuba, Vilmar Faria Silva, disse que as iniciativas são importantíssimas para o desenvolvimento da região. ?Já havíamos comprovado a falta de capacidade pesqueira com os depoimentos da comunidade local. Guaratuba tem muito potencial natural e não podemos deixar que a exploração desordenada desestimule a população. Estes projetos, ao contrário, servem para dar ainda mais incentivo?, disse Vilmar.

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