Alguns bairros da regional Boa Vista de Curitiba – como São Lourenço e boa parte do Abranches, do Barreirinha e do Pilarzinho – são considerados de classe média alta e abrigam atrativos turísticos da cidade. Porém, estes bairros, localizados ao norte do município, também possuem problemas estruturais e necessitam de obras de melhorias.
Um dos principais problemas diz respeito ao trânsito. Pelas regiões, passam as avenidas Mateus Leme e Anita Garibaldi. São consideradas importantes pontos de ligação de municípios como Colombo, Almirante Tamandaré e Rio Branco do Sul com a capital. Porém, por receberem trânsito destas cidades e serem consideradas estreitas, também abrigam constantes congestionamentos.
Anita
“Nos horários de pico e também no horário de almoço, quando há saída de colégios, o trânsito fica muito complicado na Anita Garibaldi. A avenida foi reformada recentemente, mas os problemas continuam”, comenta o vendedor Thiago Melko, que trabalha na avenida.
A professora Tatiana Lauro mora na Anita e enxerga outro transtorno, referente à sinalização. Na altura do bairro Barreirinha, em alguns pontos, a pintura horizontal não foi concluída e muitos motoristas não sabem se a via é de pista dupla ou de pista simples com locais determinados para estacionamento. “As pessoas estacionam e outras ficam atrás querendo passar”, diz. Mateus
Na Mateus Leme os problemas são semelhantes. A assistente social Mirian Zampiri Santos passa todos os dias pela via e confirma que existe bastante congestionamento. “As pistas são simples, mas muita gente tenta ultrapassar em locais inadequados. Além disso, enfrento muita dificuldade para cruzar as pistas e entrar em ruas transversais, pois o fluxo de veículos é intenso”, afirma.
Ippuc
O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) informa que não está em estudo outro projeto de revitalização da Anita Garibaldi. Porém, a Diretoria de Trânsito fará nova sinalização indicativa de área de estacionamento, com nova pintura no asfalto. De acordo com o órgão, não existe nenhum projeto de alargamento da via, mas, futuramente, deverá ser implantado o binário formado pelas ruas Anita Garibaldi e Flávio Dallegrave. Ainda não há data definida para isso.
O Ippuc informa que também está em estudo a implantação do binário formado pelas ruas Mateus Leme e Nilo Peçanha. O sistema seria implantado entre as ruas Inácio Lustosa e Ewaldo Wendler.
Falta creche no Barreirinha
No Barreirinha, a falta de vagas em creches também aflige a população. No bairro está instalado o centro municipal de educação infantil (CMEI) Vila Diana. Porém, o estabelecimento não é suficiente para atender toda a comunidade. “Crianças de outras regiões de Curitiba são matriculadas na Vila Diana. Por isso, falta vaga para os filhos de pessoas que moram na Barreirinha”, diz o padre da paróquia Nossa Senhora das Graças e Santa Gema Galgani (Paróquia da Barreirinha), Leocádio Zytkowski. Segundo o presidente da Associação de Moradores da Barreirinha, Olivério Bento Ribeiro, muitas mães não conseguem matricular os filhos na creche. “Tem gente que fica meses na fila e não consegue vaga.”
A Secretaria Municipal de Educação comunica que cada situação de cadastro no Vila Diana é avaliada de acordo com a realidade da família. O conselho da unidade faz visita domiciliar para avaliar a real necessidade da família de acordo com os critérios estabelecidos. Além disso, na região, há alguns Centros de Educação Infantil conveniados.
Demanda por rede de esgoto
Daniel Caron |
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Valdelir,a Domingues: sem esgoto, fossa dá trabalho. |
As ligações de casas e estabelecimentos comerciais à rede de esgoto também não são universais na regional Boa Vista. Na Anita Garibaldi, os moradores também convivem com os transtornos gerados pela ausência de coleta e tratamento de esgoto. É o caso do metalúrgico Léo Kviatkovski. “Já fizemos abaixo-assinado para que nossas casas fossem ligadas à rede, mas não adiantou”, revela. No Pilarzinho, a rede de esgoto também está incompleta.
A dona de casa Valdelira Ferreira Domingues reclama que dá trabalho fazer a limpeza periódica da fossa séptica. Na mesma situação está a comerciante Tereza Mazon Gonzatto. “Em média, a cada dois meses, gasto R$ 300 para fazer limpeza da fossa séptica”, queixa-se. A Sanepar comunica que, na Avenida Anita Garibaldi, dez casas não são ligadas à rede de esgoto. Isso porque a única forma de a rede convencional passar pelo local seria pelo fundo dos terrenos das residências e por baixo da linha do trem. A empresa apresentou uma alternativa aos moradores, mas eles não teriam aceito. Agora, aguarda saber se terá recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para que haja outra forma de implantar a rede. Já no Pilarzinho, atualmente existem 8.726 ligações de água, sendo que 4.691 são atendidas com coleta e tratamento de esgoto. Até o final de 2010, este número deve ser ampliado para 6.021.