Um ano e meio após a pandemia de Covid-19 causar uma quebra nos pousos e decolagens em solo paranaense, o estado já recuperou a maior parte dos voos perdidos desde março de 2020, quando as companhias aéreas reduziram sua malha a um mínimo operacional. E a retomada – que as empresas atribuem ao avanço da vacinação, à queda nos números pandêmicos e ao aumento da confiança do usuário – está chegando por aqui com novas rotas e até novas opções de companhias.
Uma das maiores do país, a Azul indica que já recuperou 85% da quantidade de voos semanais que operava no início de março de 2020. Em nota, a empresa disse que “pretende voltar a operar em Ponta Grossa, Guarapuava, Pato Branco e Toledo tão logo algumas questões de infraestrutura [a empresa cita a instrumentalização dos aeroportos] sejam solucionadas”, aponta.
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“Adicionalmente, estamos em discussão com o estado para redução do ICMS e ampliação do número de cidades [atendidas]”, disse a empresa. De acordo com fontes, a empresa se interessa por operar no aeroporto de Umuarama.
Nesta semana, a Azul anunciou que irá oferecer 14 novos voos temporários no estado entre dezembro e janeiro. Para aproveitar um esperado fluxo turístico do verão, a empresa fará a ligação direta de Curitiba, Maringá, Londrina e Foz do Iguaçu a cidades como Maceió (Alagoas), Natal (Rio Grande do Norte) e Porto Seguro (Bahia).
A Latam, outra das grandes aéreas nacionais, conta a retomada com outra métrica, a de assentos-quilômetro oferecidos (ASK, na sigla em inglês). De acordo com a empresa, apenas a métrica de números de voos não traduz o panorama de forma real. Neste quesito, a aérea disse que já recuperou 60% de sua oferta em comparação com 2019 e pretende chegar a 66% até o fim do ano.
Em outubro, a empresa retoma a operação entre Curitiba e o Rio de Janeiro (Aeroporto Santos Dumont), interrompida no bojo da pandemia.
Além disso, a empresa pretende ampliar a sua malha aérea no estado a partir do primeiro trimestre de 2022. Nesta semana, a Latam anunciou voos diretos de Curitiba para seis novos destinos, como Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Belo Horizonte (Aeroporto de Confins – Minas Gerais) e Fortaleza (Ceará) e as cidades do interior Foz do Iguaçu, Londrina e Maringá.
A aérea também passará a operar em Cascavel, no Oeste do estado, fazendo a ligação da cidade com o aeroporto de Guarulhos.
Na comparação entre setembro de 2019, antes da pandemia, e setembro de 2021, a Gol, outras das grandes companhias brasileiras, diz que sua oferta de voos está 41% menor. Mas a empresa pondera que melhorou bastante desde setembro de 2020 – está com 65% a mais de voos. Além disso, a empresa diz que já reabriu todas as suas bases de operação.
A Gol sustenta que a oferta de voos tem crescido principalmente nas ligações entre Curitiba e São Paulo (Congonhas), Curitiba e Rio de Janeiro (Galeão) e Cascavel e São Paulo (Guarulhos).
Novas companhias aéreas passam a atuar no Brasil; governo retoma o Voe Paraná
A retomada de voos no estado traz mais novidades. O governo do Paraná anunciou que irá retomar o programa Voe Paraná, de voos regionais, a partir do dia 27 deste mês. O projeto havia sido interrompido em março do ano passado, logo no início da pandemia, e agora volta, mas de maneira mais tímida. Em 2020, o acordo do governo era com as empresas Gol e Two Flex, que faziam rotas para as cidades de Guaíra, Paranaguá, Cianorte, Campo Mourão, Paranavaí, Arapongas, Cornélio Procópio, Francisco Beltrão, União da Vitória e Telêmaco Borba.
Nesta retomada, a parceria, por enquanto, será com a companhia paranaense Aerosul, do Norte do Paraná, que irá operar voos de Curitiba para Apucarana e de Curitiba para Pato Branco (ida e volta).
Nova no mercado, a Aerosul faz, desde o início do ano, a ligação de Londrina com Curitiba e Curitiba com Florianópolis. Ainda em 2021, a empresa pretende ampliar a sua malha aérea para cidades como Telêmaco Borba, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Assunção (Paraguai), além de destinos em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
O estado ganhou voos também de uma outra estreante entre as aéreas, a Itapemirim Transportes Aéreos (ITA). A companhia, que começou a operar há alguns meses, já faz a rota Curitiba-Guarulhos, mas deve incluir nos próximos meses Maringá e Foz do Iguaçu entre os seus destinos atendidos.
Por enquanto, a quebra segue apenas nos voos internacionais. A ligação entre Curitiba e a Argentina segue suspensa por conta da proibição da entrada de brasileiros no país vizinho.