Voluntários alfabetizam internas de asilo da capital

Internas do asilo São Vicente de Paula, de Curitiba, estão descobrindo um mundo novo ao aprender a ler e escrever. Do total de 137 idosas que vivem no local, 25 participam de um projeto de alfabetização ministrado por voluntários.

As aulas, que acontecem semanalmente, começaram a ser realizadas há cerca de cinco anos, quando o local era administrado por irmãs de caridade. Atualmente, elas estão tendo continuidade com a nova gestão, conduzida pelo antigo administrador da instituição de caridade Pequeno Cotolengo, padre Pedro Bortolini.

Segundo o coordenador técnico do asilo, Luiz Fernando Klasar, e o coordenador de informática, Algair Ernesto Alves, muitas senhoras que participam do programa de alfabetização têm dificuldades de visão, audição e fala. Por isso, o processo de aprendizagem começa a partir da construção de desenhos e realização de recortes, até o ensino das vogais e consoantes. “O déficit de aprendizagem de algumas senhoras é muito grande. Por isso, começamos ensinando-as princípios básicos para que futuramente elas consigam segurar um lápis de forma adequada e escrever”, explicam. “Além da idade, muitas possuem necessidades especiais e, por isso, precisam de atenção extra.”

Na opinião de Algair e Luiz Fernando, a possibilidade de aprender a ler e escrever mexe com a auto-estima das senhoras. “A alfabetização faz parte da identidade de cada pessoa. Quem não sabe ler e escrever acaba se tornando excluído da sociedade”, dizem.

Senhoras

A interna Ema Vendramin, de 85 anos, nunca freqüentou a escola. Agora, ela participa do projeto de alfabetização dentro do asilo. “Antes de vir para cá, aprendi a escrever meu nome e a ler, mas só algumas palavras e bem devagar. Tenho muita vontade de saber mais”, afirma.

Já Laci Fernandes, que também não sabe ler e escrever, conta que já está começando a fazer alguns desenhos e que gosta bastante de participar das aulas. “Quando se tem vontade de fazer alguma coisa, a gente consegue”, declara.

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