As férias do meio do ano estão prestes a acabar. Com a volta às aulas surge um problema: 30 mil carros a mais passam a circular pelas ruas de Curitiba. Isso eqüivale a 13% da frota circulante de veículos na capital. A frota total de Curitiba é de 735 mil veículos. Mas, segundo a Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran), apenas um terço desses carros circulam diariamente pela cidade. Na próxima segunda-feira, quando as 371 escolas estaduais de ensino regular e a maioria das 850 escolas particulares de Curitiba e Região Metropolitana retornam às aulas, a Diretran deve aumentar a fiscalização em alguns pontos estratégicos. Os colégios que ficam no Centro da cidade serão os principais alvos.
Na próxima quarta-feira o problema deve aumentar ainda mais. Dessa vez serão os colégios municipais da capital que recomeçam suas atividades. As 156 escolas do município são responsáveis pela educação de cerca de 109 mil crianças. Conforme dados do Batalhão de Polícia de Trânsito (Bptran) a média de acidentes em Curitiba cresceu no mês de agosto (mês da volta às aulas) de 2001. Numa comparação com julho e setembro, agosto de 2001 teve em média 51 acidentes por dia. Julho e agosto do mesmo ano tiveram respectivamente 48 e 47 acidentes diários em média.
A gerente de operações de trânsito da Diretran, Léa Hatschbach, alertou que nesses primeiros dias em que as escolas voltam a funcionar, os motoristas devem ficar mais atentos ao volante. Procurar desviar de colégios nos horários de entrada e saída de alunos é uma dica para quem não quer ter problemas. Léa também recomenda que as pessoas saiam um pouco antes de casa, para evitar eventuais atrasos.
Para os país que têm que levar seus filhos para a aula, a gerente é categórica em afirmar que eles nunca devem esperar suas crianças estacionados em fila dupla. “Alguns pais pensam somente neles e acabam atrapalhando a cidade inteira”, afirmou, lembrando que o respeito aos cones de sinalização e aos locais exatos de embarque e desembarque faz com que o trânsito flua melhor. “A liberação da Avenida Iguaçu no Centro da cidade é outro fator positivo para que não hajam tantos problemas”, comemorou Léa. Ela salientou que a volta das férias de inverno é menos traumática do que a no começo do ano letivo.
Barbeiros?
Léa não desmentiu a imagem que o motorista curitibano tem de ser desatento. Admitiu que a maioria dos curitibanos não sinaliza direito, tem mania de dirigir do lado esquerdo da pista e usa o pisca-alerta de maneira desnecessária. Segundo a gerente da Diretran, a incidência de multas por estacionar em local proibido é grande na cidade. “Não sei se o curitibano é barbeiro, mas ele tem alguns vícios. As pessoas de outras cidades estranham essa maneira meio “interiorana? que o motorista daqui dirige”, comentou.