Alunos do ensino fundamental de muitas cidades do Paraná vão voltar das férias do meio do ano na próxima segunda-feira, depois de duas semanas de suspensão das aulas como forma de prevenção contra a contaminação do vírus influenza A (H1N1), causador da gripe suína. O retorno está confirmado para as creches e escolas municipais de Curitiba, com cerca de 140 mil alunos, assim como os colégios estaduais.
A recomendação pela volta às aulas também foi tomada pelas escolas e faculdades particulares de ensino do Estado, após assembleia realizada pelo Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (Sinepe-PR).
“Provavelmente teremos aumento no número de casos de gripe entre crianças nas primeiras semanas do retorno, mas isso teria que acontecer em algum momento”, afirmou o infectologista Moacir Ramos, na reunião do Sinepe-PR.
Seguindo orientação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), até o fim do mês as grávidas (que formam o principal grupo de risco da doença) das instituições de ensino vão ficar afastadas do contato com o público, sendo remanejadas para outras atividades ou dispensadas do serviço.
A União dos Dirigentes Municipais de Educação do Paraná (Undime) orientou os municípios do Estado que a volta às aulas deve ser decidida com responsabilidade em cada localidade, já que, em função das circunstâncias locais, algumas prefeituras optaram por estratégias diferenciadas, como Londrina e Ponta Grossa, que prolongaram a paralisação.
Para as instituições que voltam às aulas, o fator preponderante para a decisão foi a estabilização da pandemia, segundo o vice-prefeito e secretário de Saúde de Curitiba, Luciano Ducci.
“Tivemos queda no número de consultas e internações. Essas duas semanas serviram para estruturar os serviços, treinar os professores e comprar os insumos necessários”, informa. Caso apareçam três casos suspeitos de gripe A no período de uma semana, e em uma mesma sala de aula, a vigilância epidemiológica vai avaliar a situação para decidir se os alunos daquela sala específica vão precisar ficar em casa durante uma semana. “A avaliação, no entanto, será feita caso a caso”, disse Ducci.
Recomendação
O presidente do Sinepe-PR, Ademar Pereira, informou que recebeu ontem à tarde a ligação de uma procuradora do Ministério Público Federal (MPF) recomendando que as aulas continuem suspensas até o dia 31.
“Por enquanto, não recebi nada por escrito. E não estamos voltando simplesmente porque achamos que este é o momento. Esta decisão foi tomada com base em análises técnicas”, assegurou.
A medida de manter as atividades suspensas foi tomada pelas universidades estaduais e federais do Paraná, que resolveram adiar mais uma vez as aulas (veja quadro). As universidades estaduais justificaram a decisão com base na realidade local de aumento do número de casos graves da doença.
