Volta ao trabalho exige adaptação

Para grande parte das pessoas, como estudantes, professores, dirigentes de escolas e muitos funcionários públicos, o término de julho e início de agosto representa o fim das longas manhãs de sono, dos passeios em qualquer dia da semana, das viagens e da maior convivência com familiares e amigos. Após alguns dias de férias, voltar à rotina do trabalho não é uma tarefa fácil.

Quem não prepara a mente e o corpo para o retorno às atividades normais acaba, em poucos dias, ficando mais estressado do que estava antes do período de folga. “O descanso é uma das atividades primárias do ser humano. Porém, se a pessoa não se reorganiza para voltar ao trabalho, em breve vai estar com todo o seu sistema de alerta religado e ainda muito mais impaciente e cansado”, explica a psicóloga e diretora do Centro de Psicologia Especializado em Medos, Marilza Mestre.

Normalmente, nos primeiros dias de retorno à rotina, a pessoa despreparada se sente perdida, confusa e desorientada em suas atividades. Segundo a psicóloga, o ideal é que se tire, no mínimo, três semanas de férias. Apenas na segunda, o cérebro começa a se desligar totalmente das atividades normais. Porém, na terceira, a pessoa, já mais descansada, deve começar a se readaptar à rotina de trabalho. “Alguns dias antes da volta ao serviço, deve-se começar a acordar um pouco mais cedo, pensar nas tarefas que estão atrasadas e nas que ainda devem ser realizadas”, ensina. “Assim, a pessoa volta ao trabalho um pouco mais situada e segura.”

Para não voltar a se estressar logo nos primeiros dias de fim de férias, os trabalhadores e estudantes, além de organizarem uma agenda de prioridades, podem recorrer a algumas técnicas de relaxamento. As mais simples são: tirar alguns minutos do dia para conversar consigo mesmo; respirar profundamente e de forma pausada; e recordar bons momentos, trazendo à mente pessoas e lugares que representem paz e segurança. “Quando a pessoa respira profundamente, o cérebro passa a emitir endorfina, fazendo com que as coisas passem as ser vistas com maior tranqüilidade”, diz. “Já a recordação de bons momentos gera a emissão de serotonina, considerado o neurotransmissor do amor.”

Uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, desde que realizados de forma prazerosa e não por obrigação, também ajudam a relaxar. Pelo menos um dia da semana deve ser utilizado para o descanso, que não é sinônimo apenas de dormir. “Algumas pessoas descansam dormindo o dia inteiro, outras praticando esportes radicais ou demais atividades que lhes dêem prazer.”

De volta à normalidade

Trabalhadores e estudantes confirmam a teoria de que, após um curto ou longo período de folga, voltar à rotina é complicado. Na maioria das vezes, eles se queixam de sono, excesso de tarefas a serem cumpridas e insatisfação devido à redução dos momentos de lazer. Porém dizem que a situação deve ser encarada com bom humor.

A estudante de Matemática Industrial Alessandra Marisa Silva, que recentemente pôde ficar em casa devido a um recesso da UFPR, conta que o mais difícil é retomar o pique anterior de estudos. “O problema é que, antes do fim das férias, é necessário revisar a matéria dada no período anterior”, diz. “Preferi passar meu período de folga estudando e acabei não descansando muito.”

Já a professora Nidia Koziol, que trabalha na coordenação de uma escola estadual, cujas aulas recomeçaram nesta semana, acredita que as férias não teriam graça se fossem infinitas. “O primeiro dia de trabalho geralmente é um pouquinho mais apurado, pois tenho que reorganizar as minhas coisas, mas depois volto ao ritmo normal facilmente.” (CV)

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