Morar nas ruas tem sido a rotina do casal Celso Roberto, de 62 anos, e Maria Rosa, 53, desde maio do ano passado, quando perderam a casa em que viviam. Mas, agora a situação começa a se tornar ainda mais preocupante. Moradores da região da Praça Ouvidor Pardinho, onde estão acampados, alertam para brigas constantes e ameaças contra o casal.
Os atos mais violentos começaram depois que Celso ganhou uma barraca, há dois meses, e deixou de ficar ao relento com a esposa e passaram a ser incomodados por outros moradores de rua. Até de bombas já foram alvos. “Já tiveram brigas. Ficamos preocupados com a segurança deles. E o cachorro do casal está começando a ficar mais agressivo. Antes, não ligava para as pessoas que passavam por ali, hoje late e avança”, conta uma moradora que prefere não ser identificada.
Solução
A “vizinha” do casal espera que a prefeitura encontre a solução em breve, no entanto, o casal tem algumas restrições pessoais quanto a sair de onde estão. Por algumas vezes já receberam moradia, mas preferiram voltar para a praça. “As pessoas só queriam nos usar. Não ia ficar na casa. Mas queremos sair daqui, mas não para um lugar muito longe”, explica Celso.
Nem a Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS) é bem vinda pelo casal. Ele alega não ser bem atendido e afirma que sob as mãos da prefeitura não deixará o local. “Não adianta virem aqui, já fiz até boletim de ocorrência para não nos perturbarem”, diz Celso.
Enquanto isso, ele e a esposa vão sobrevivendo de doações e não reclamam da vida. “Queríamos a casa para ficar com nossos filhos de novo. Mas não nos incomodamos de ficar aqui. As prostitutas e travestis estão nos ajudando. Com eles não temos problemas. Mas tem gente que vem aqui perturbar, jogar bomba”, reclama Celso, que se diz feliz mesmo morando na praça.
