Os moradores que residem nas imediações do Contorno Leste de Curitiba – trecho entre as BRs 277 e 116 – reclamam da falta de acesso às vilas instaladas ao longo da rodovia. Muitos arriscam a vida atravessando as duas pistas entre carros e caminhões pesados. O acostamento acaba sendo uma opção de tráfego para os pedestres.
O primeiro trecho de pista dupla do Contorno Leste foi liberado ao tráfego na semana passada. Ele vai desde o viaduto da BR-277 até o viaduto da BR-116, no bairro Pinheirinho. Segundo o motorista Gilson de Oliveira, as vilas próximas ao contorno ficaram isoladas. “Para passar de um lugar para outro precisamos cruzar a rodovia, e isso é muito perigoso”, disse. Para ele, o ideal seria a construção de uma passarela para atender as necessidades dos pedestres. A mesma idéia defende o pedreiro Elias Costa. Na opinião dele, a ponte para o tráfego de pedestres poderia ser instalada próxima à igreja do bairro Umbará, onde há maior circulação de pessoas.
Para a religiosa irmã Emília, que precisa atravessar a via várias vezes durante o dia, a passarela nesse ponto da rodovia seria ideal. A freira comenta que as vilas Rio Negro e Palmeira ficaram isoladas. Cruzar a via, principalmente à noite, é muito perigoso. A dona-de-casa Corina Alves de Melo e a doméstica Paulina Santos e Santos usam o acostamento da rodovia para ir da Vila Osternak até o armazém da Ceasa. Elas dizem que se arriscam porque o trajeto é mais fácil. “A gente sabe que corre risco andando por aqui, mas não temos opção”, afirma Paulina.
O operador Afonso Pathecki, que também usa o acostamento, reclama que o trecho ficou sem retornos, o que dificulta ainda mais o trânsito de pedestres. “Nesses locais os carros davam uma aliviada, ficando mais fácil para passar”, explica.
Moderna
Segundo o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT), o trajeto tem 23,8 quilômetros de extensão. Foi construída para a racionalizar o sistema viário da Região Metropolitana de Curitiba, devido à sua conexão com os 15,2 quilômetros do Contorno Sul, já duplicados. A construção segue padrões modernos no segmento de rodovias, quando foram analisados os impactos social e ambiental.
O DNIT informou ainda que as distâncias entre os retornos foram planejados para atender a demanda do tráfego no local, caracterizado basicamente como comercial. O acesso dos moradores, segundo o departamento, pode ser feito pelas passagens sob o traçado, o que dispensaria a instalação de passarelas. Nos 23 quilômetros de rodovia, o DNIT informa que existem nove opções de passagens, que atendem as necessidades da população e usuários.