Sem feriado nos dias de jogos da Copa do Mundo em Curitiba, o bloqueio no entorno da Arena da Baixada nas datas das partidas vai provocar profundas mudanças na rotina tanto de quem trabalha e vive na região quanto de quem circula a pé ou motorizado nas proximidades do estádio. Só para ter uma ideia, 33 linhas de ônibus do transporte coletivo que passam pela área sofrerão alteração de itinerário, o que deve causar lentidão em outras vias importantes não abrangidas pelo bloqueio.
Cerca de 50 mil fichas de credenciamento para transitar pela área do entorno da Arena foram preenchidas por moradores e trabalhadores e 28 mil credenciais, retiradas. Esses números abrangem 18.500 endereços diferentes. O cadastramento é feito de forma simples e a prefeitura informou que o movimento já diminuiu e não está mais registrando filas. Caso o interessado precise esperar, o tempo não passa de cinco minutos.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), Gilberto Antônio Cantú, explica que a sede da entidade fica dentro do perímetro e que, por isso, os funcionários terão que trabalhar apenas meio período por conta das restrições. Em um dos dias de jogo, não haverá expediente, o que causa transtorno. “É uma imposição da Fifa, a própria cidade não teve muito o que fazer. Claro que atrapalha, é exagerada a área bloqueada. Mas não temos outra saída a não ser cumprir”.
Vizinhos tentam se adaptar
Quem trabalha perto do estádio da Copa se queixa dos transtornos e diz que as informações sobre como será feito o bloqueio ao redor do estádio só foi repassada na última hora. Gabriela Toledo é assistente administrativo em uma empresa que fica dentro da área isolada e torce para que a Copa ocorra e termine sem problemas. Ela afirma que já teve prejuízo e problemas durante as obras, e isso não vai voltar, mas que a falta de informações foi o pior que enfrentou.
“Ninguém aqui por perto sabia se poderia funcionar ou sobre o cadastro, até que eu me informei em uma palestra do Sebrae”, afirma. Sobre o cadastro, Gabriela explica que não teve dificuldade nenhuma e elogia o atendimento do Exército. Apesar de tudo, ela brinca que não vai deixar de torcer para que a seleção brasileira seja campeã.
Bendita
Daniel Barbosa é proprietário de uma banca de revistas na Praça Afonso Botelho, bem em frente ao estádio. Ele afirma que a ideia é funcionar normalmente.
“A banca é uma empresa. Eu não fui informado que não poderia funcionar, até porque eu acho que a banca tem mais a oferecer do que a atrapalhar”. Para Daniel, as obras só trouxeram benefícios, tanto que ele costuma chamar de “bendita obra”.
Confira o itinerário das linhas de ônibus que passam pelo local no dia dos jogos na Arena.