Vítimas de leucemia aguardam doadores

Em todo Brasil, 904 pessoas – vítimas de doenças como a leucemia – lutam para sobreviver e aguardam para encontrar um doador compatível de medula óssea. Sem doadores na própria família, eles integram o Rereme (Registro de Receptores de Medula Óssea), pertencente ao Instituto Nacional de Câncer (Inca), com sede no Rio de Janeiro.

Segundo o diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Inca, Luis Fernando Bouzas, o Rereme possui uma série de dados do paciente – como situação da doença e características genéticas – que são cruzados com dados disponíveis no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Se o doador não é encontrado no Brasil, os dados do paciente são cruzados com os doadores inclusos em bancos de dados internacionais.

?Existem dois registros internacionais, o CRIR (Caitlin Raymond International Registry) e NMDP (National Marrow Donor Program). Porém, é muito mais fácil encontrar um doador dentro do próprio Brasil – com características genéticas próprias da população – do que em países do exterior?, afirma. ?Quando o doador é encontrado, são realizados testes para que as características genéticas sejam confirmadas e para saber se ele não tem problemas de saúde.?

A chance de uma pessoa encontrar um doador compatível fora da família é de uma em cem mil. O CRIR e o NMDP possuem, em conjunto, nove milhões de doadores. O Redome conta com 105 mil pessoas, número ainda considerado pequeno. ?Muita gente deixa de se cadastrar como doador por falta de informação. Acreditam erroneamente que a doação é uma cirurgia e confundem medula óssea com medula espinhal, achando que correm o risco de ficarem paralíticas?, comenta Luis Fernando.

O procedimento de doação é considerado simples, sendo que em uma semana o doador está totalmente recuperado e pode voltar às suas atividades normais, não havendo riscos de seqüelas. Os médicos retiram apenas uma pequena parte da medula, 10%, que se regenera completamente em quinze dias. No Paraná, quem quiser se tornar doador deve preencher um cadastro no Hemepar (41-363-2030) e doar uma pequena quantidade de sangue para análise de características genéticas. A doação irá acontecer apenas se houver paciente compatível.

Vida nova

Em 8 de março de 1999, o comerciante Wellington Pereira Lima, de 41 anos, ganhou vida nova depois de passar por um transplante de medula óssea. Nascido na Bahia, ele descobriu que estava doente e precisaria se submeter ao procedimento em 1992. De seus doze irmãos, um pôde ser doador. Apesar de ter tido a sorte de encontrar um doador dentro da própria família, Wellington ressalta a importância das pessoas estarem disponíveis à doação. ?Muitas vezes, o transplante de medula óssea é a única saída para uma pessoa conseguir sobreviver. A solidariedade é muito importante, pois doar órgão é doar vida?, declara.

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