A linha de ônibus Alferes Poli – que vai da Praça Rui Barbosa, esquina com a Rua Desembargador Westphalen, até a Vila Guaíra, passando pela favela do Parolin – recebe diariamente, e em qualquer horário, ?visitantes? que abusam da boa vontade e paciência de motoristas e passageiros. Além de não pagarem a passagem, os maloqueiros incomodam pelo mau cheiro e agridem quando são impedidos de entrar.
?Já presenciei bastante isso. Em qualquer horário, os piás chegam e passam por baixo da catraca e o motorista tem de autorizar senão é pior para a segurança dele. Com os passageiros, eles não fazem nada, só o cheiro de cola e urina que é ruim?, comenta a passageira Marili. ?Sempre acontece. Eles entram e passam por baixo. Eu estou aqui todos os dias. Se eu faço alguma coisa, se eu tiro os ?caras?, eles me esperam no ponto final (sem fiscalização ou policiamento)?, relata o motorista, que não quis se identificar.
Esse motorista está há dois meses no lugar de um outro, que pediu para sair da linha por não saber como proceder. Porém, Celso Cordeiro, motorista da linha há cinco anos, mesmo ficando sem ação, enfrenta a situação diariamente. Segundo ele, à tarde e à noite fica pior. ?Se a gente fala alguma coisa, eles brigam com a gente. Faz cinco anos que é assim. Eles chegam, passam por baixo ou pulam. Tem muito motorista que já foi agredido. Eles jogam pedras e quebram os vidros se a gente acha ruim?, conta.
A reportagem entrou no ônibus Alferes Poli, com os dois motoristas, para verificar como é feita a invasão. Celso passou direto quando viu no ponto, no Parolin, um provável invasor. Já o outro motorista parou, o rapaz subiu e, com a maior ?cara-de-pau?, passou por baixo da catraca. Mais uma vez o motorista ficou sem reação.