Travestis e transexuais (TT) em todo o país realizaram ontem uma série de atividades para marcar o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Em Curitiba, as ações se concentraram na Boca Maldita, no centro da capital, onde representantes de grupos de TTs, de defesa da livre orientação sexual e de direitos humanos distribuíram material informativo, preservativos e conversaram com a comunidade sobre o assunto.
A data de 29 de janeiro foi escolhida como Dia da Visibilidade Trans porque foi nesse dia, em 2004, que o Ministério da Saúde lançou a campanha Travesti e Respeito. De acordo com a presidente do Transgrupo, Marcela Prado, e a diretora do Grupo Dignidade, Carla Amaral, a data é uma oportunidade para a categoria desmistificar que os TTs são ?seres da noite? e não integram a sociedade. ?Nós somos cidadãs normais, que temos direitos e estamos atuando em diversas áreas, como educação, funcionalismo público, entre outros?, falou Marcela.
Segundo Carla, a grande maioria dos TTs trabalha como profissional do sexo pela falta de oportunidade na sociedade. Ela entende que o Dia da Visibilidade é uma oportunidade para elas mostrarem sua identidade. ?Não somos criaturas bizarras que se escondem. Somos pessoas normais que buscam uma oportunidade?, comentou.
Em Curitiba vivem cerca de 400 transexuais – pessoas que possuem desconforto com seu sexo e fazem ou pretendem fazer a cirurgia de redesignação sexual, adequando o sexo ao psicológico – e travestis – pessoas que apresentam sua identidade de gênero oposta ao seu sexo designado no nascimento, mas que não desejam realizar a cirurgia de redesignação sexual, não tendo desconforto com o seu sexo.