A violência é a segunda causa de morte no Brasil, perdendo apenas para os problemas cardiovasculares. É a primeira entre a população jovem . O País é atualmente o terceiro em mortalidade por violência na América Latina, atrás apenas da Colômbia e da Venezuela.
Em Curitiba, desde ontem, representantes do Conselho Nacional de Saúde, Câmara de Deputados, governos estaduais e municipais, universidades e organizações não-governamentais participam do Seminário da Região Sul Sobre Violência e Saúde Pública. O objetivo é elaborar um diagnóstico da situação regional de violência e saúde, além de apontar formas de combates aos problemas.
A representante do Conselho Nacional de Saúde Rita de Cássia Barradas Barata, considerada uma das maiores especialistas em violência e trauma do País, reconhece que, diante da proporção que assumiu a violência, o desafio está em compreender a causa e envolver a sociedade em ações integradas. “A violência não tem só efeito físico, mas psíquico e de saúde mental das pessoas”, diz. Segundo ela, no Brasil, o homicídio é principal tipo de violência, seguido dos acidentes de trânsito, suicídios e acidentes domésticos. No Paraná, a incidência maior é de acidentes de trânsito.
A articulação com o Legislativo também é vista como fundamental no processo de combate à violência. Para o deputado federal Gustavo Fruet (PMDB-PR), que foi relator da subcomissão de Violência Urbana da Câmara Federal, há uma relação direta entre o crescimento da criminalidade e a falta de intervenções urbanas eficientes. “Somente aparato policial não resolve. É preciso uma ação unificada e de acordo com a realidade de cada região”. Um levantamento preciso da situação da violência nas diferentes regiões é, segundo o deputado, um trabalho a ser realizado em médio e longo prazo.
Problema de saúde
A violência é considerada hoje um problema de saúde pública, pois um terço dos recursos destinados à saúde é aplicado nos traumas decorrentes da violência. Segundo Fruet, o conjunto das causas externas provoca cerca de 120 mil mortes anuais no Brasil, sendo 40 mil por homicídio e os 80 mil restantes de traumas de acidentes domésticos e de trânsito. Conforme relatório da subcomissão especial de Violência Urbana e Segurança Pública, os últimos dados das internações do Sistema Único de Saúde (SUS) demostram que: no ano de 2000, houve quase 700 mil internações por causas externas, das quais mais de 18 mil resultaram em óbito.