Vinagre é utilizado no combate à dengue

A cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, está usando o vinagre como um dos elementos de seu programa de combate à dengue. Pesquisas indicaram que o ácido acético, substância presente no vinagre, elimina as larvas do mosquito da dengue, o Aedes aegypti. Entretanto, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Paraná, alerta que a utilização do vinagre não pode ser considerada uma substituição aos métodos tradicionais de combate à doença.

Em Piracicaba, está se aplicando 5 mililitros de vinagre para cada 100 mililitros de água parada, o que seria suficiente para acabar com a larva do mosquito, segundo pesquisa do engenheiro agrônomo Reinaldo José Rodella. A técnica estaria alcançando bons resultados, além de ser prática e econômica.

O coordenador de pesquisas em entomologia médica da Sesa, Allan Martins da Silva, afirma que o vinagre não é capaz de substituir todo o sistema de vigilância e combate contra a dengue. O produto pode ser uma medida alternativa. ?O ácido acético cria um meio não propício ao desenvolvimento do mosquito. No entanto, o ácido é uma substância muito volátil. Não se sabe em quanto tempo ficaria no ambiente?, explica.

Silva lembra da divulgação de diversas iniciativas caseiras para acabar com a dengue, como a utilização da borra de café, água sanitária, sal de cozinha, entre outros. Ele ressalta que todos são métodos alternativos ou complementares. ?A água sanitária, por exemplo, foi até divulgada pelo Ministério da Saúde. Só que alguns componentes dela são atrativos de espécies que já se adaptaram à vida urbana, como o Aedes aegypti. Se a dosagem não for correta, acaba atraindo mais do que controlando?, revela. Uma das iniciativas complementares que deu certo foi a colocação de areia grossa em vasos de plantas.

Silva comenta que o sistema de vigilância e controle da dengue, empregado pelos órgãos públicos, continua sendo uma ferramenta importante para acabar com o ciclo do mosquito e medir a infestação em determinada área. ?As medidas complementares não justificam o relaxamento nas ações de controle. Isto pode, inclusive, agravar o problema. É preciso cuidado ao passar isso para a população, que depende de fatores culturais para criar o hábito?, esclarece.

Por isso, o coordenador defende os estudos dos métodos a serem aplicados. A Sesa está realizando uma pesquisa com a utilização de cepilho de madeira, subproduto da serragem (lascas de madeira) ambientalmente correto, para o controle do desenvolvimento do mosquito da dengue em bromélias, plantas que cada vez mais são cultivadas em ambiente doméstico. O material preenche os ?tanques? da bromélia, onde se acumulam água e microorganismos essenciais para a sua sobrevivência, sem prejudicar a planta. Os estudos apresentaram bons resultados. Agora está se pesquisando quais as espécies de madeira que melhor se aplicariam neste método de prevenção. A pesquisa já foi apresentada no 19.º Congresso Brasileiro de Parasitologia, realizado no ano passado em Porto Alegre. 

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