Brasília – A Polícia Federal já descobriu quanto custou a gravação da fita de vídeo sobre corrupção nos Correios – R$ 5 mil – e praticamente montou o quebra-cabeças em torno do episódio. Os depoimentos tomados dos quatro envolvidos na gravação, segundo o delegado Luiz Flávio Zampronha, encarregado do inquérito, comprovam que quem mandou gravar a fita foi o capitão aposentado da Polícia Militar de Minas Gerais, José Fortuna Neves. Ex-agente do SNI, Fortuna atua há anos como lobista de empresas que disputam licitações na estatal e não aceitava o fato de ter sido excluído do grupo seleto de empresários beneficiários de licitações viciadas.
Conforme as investigações, o oficial da Marinha, Arlindo Molina, também aposentado, atuou como intermediário do grampo e Joel Santos Filho, de Curitiba, foi quem executou o serviço, pelo qual recebeu os R$ 5 mil. Integrante da comunidade de informação, Joel é advogado, mas está com o registro suspenso na OAB, onde responde a processo na Comissão de Ética. O quarto envolvido no episódio, o engenheiro João Carlos Mancuso, ainda não tem culpa comprovada e pode ter sido envolvido de última hora, involuntariamente, conforme acredita o delegado. Ele foi chamado a ir a Brasília por Joel para dar o suporte técnico de projeto para disputar licitação nos Correios.
Corrupção
Já em Brasília, só na véspera da gravação da fita Mancuso foi informado por Joel, no hotel onde estava hospedado, que o objetivo do trabalho era desmascarar o chefe corrupto do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho. Ele teria resistido ao assédio, mas, diante de todas as garantias de que era tarefa simples e sem riscos, cedeu. Mancuso então preparou o material para a filmagem e acompanhou Joel como auxiliar nas duas conversas que os dois mantiveram com Marinho, nos dias 13 e 14 de abril. ?É possível que ele tenha entrado de gaiato, convencido à última hora mediante argumentos enganosos?, disse Zampronha.
Vídeo nos Correios foi obra dos curitibanos
2 minutos de leitura
continua após a publicidade
continua após a publicidade