Vídeo produzido em 2006 e postado ontem no Youtube (http://youtu.be/Af2-GyyZsFE) mostra que a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Belém tratava apenas 70% do esgoto recebido e os outros 30% despejados in natura no Rio Iguaçu pela Sanepar. Seria um documentário encomendado pela empresa para convencer o conselho a fazer obras urgentes na unidade. O material põe mais lenha na fogueira acesa pela operação Iguaçu-Água Grande, da Polícia Federal e do Ibama, que responsabilizou criminalmente a Sanepar como maior poluidora do rio.

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Segundo o vídeo, a ETE Belém estava há 12 anos sem manutenção e trabalhava acima dos limites, apresentando alto risco de tragédia ambiental e sanitária, pior até do que o vazamento de petróleo da Repar, em Araucária. Na rede elétrica, só 12 dos 16 aeradores podiam ser acionados ao mesmo tempo para evitar sobrecarga e a rede subterrânea de cabos virou submersa. Equipamentos eletromecânicos estavam obsoletos. Mais de 200 mil toneladas de esgoto foram despejadas em volta da ETE e poderiam atingir o rio em caso de chuva forte. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Ministério Público já notificaram a Sanepar.

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O documentário mostra as soluções projetadas para revitalização da estação. Algumas dependiam de liberação de verbas e outras estavam em andamento ou com datas para acontecer. Procurada pela Tribuna, que pediu autorização para visitar a ETE Belém e questionou o que mudou na ETE desde então, a assessoria de imprensa da Sanepar não se pronunciou sobre o assunto.

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