Foto: Chuniti Kawamura/O Estado |
Ricardo, Bianca e Remy: vídeo assistido por 500 pessoas. continua após a publicidade |
Alunos do curso de Biologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) criaram um vídeo sobre a espécie de ave macuquinho-da-várzea, descoberta no final da década de 1990. O animal corre sérios riscos porque vive em áreas ameaçadas. O vídeo tem proposta de alertar para a necessidade da preservação das várzeas e da ave.
O estudante Ricardo Belmonte Lopes, em parceria com mais dois alunos, aplicaou a idéia no núcleo de Projetos Especiais de Vídeo da UFPR, com orientação do professor Remy Lessnau e financiamento do Ministério da Educação, Fundação Araucária e Pró-Reitoria de Extensão da universidade. A iniciativa foi do aluno Renato Nagata, após ser questionado sobre o que teria acontecido com o macuquinho-da-várzea. O grupo realizou todas as pesquisas e obteve a ajuda da ornitóloga Bianca Reinert, que participou da descoberta da espécie. O vídeo produzido pelos alunos tem 15 minutos e foi apresentado em escolas. Quinhentas pessoas já assistiram ao vídeo. São estudantes da 5.ª série do ensino fundamental até o 3.º ano do ensino médio. O projeto também já participou de amostras de vídeos universitários.
O macuquinho-da-várzea vive em um ambiente super-restrito, segundo Bianca. Por isso, se torna uma espécie muito ameaçada. Além das várzeas do Paraná – a descoberta aconteceu na Região Metropolitana de
Curitiba, nas imediações da barragem do Iraí -, há registros do animal em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. ?Os macuquinhos-da-várzea são absurdamente isolados. A várzea é uma área que não atrai muita atenção. Curitiba foi construída em cima de muitas várzeas, ocupando o ambiente do macuquinho. Muitas áreas estão sendo aterradas pela expansão urbana?, explica.
O vídeo dos alunos de Biologia mostra a importância deste ambiente e da presença da espécie. Pretende alterar a idéia de que várzea é apenas para jogar lixo, botar fogo ou uma proliferadora de mosquitos. ?Existe uma imagem distorcida da várzea. O vídeo é um bom primeiro passo para a preservação. Mas apenas isso não basta?, indica Bianca. A ornitóloga revela que existe a intenção de se criar uma reserva para a preservação do macuquinho-da-várzea. Atualmente, há uma pequena área destinada a este fim, perto da barragem do Iraí, mas que não seria suficiente para garantir a preservação da espécie de ave.
Serviço – O vídeo sobre o macuquinho-da-várzea pode ser exibido em escolas e instituições interessadas. Para maiores informações, basta ligar no telefone (41) 3361-1549.