Diariamente acontecem inúmeros acidentes de trânsito na cidade de Curitiba e boa parte dessas colisões ocorre nas principais vias da capital. De acordo com um levantamento realizado pelo Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), as avenidas mais movimentadas da cidade formam a lista das cinco vias com maior número de acidentes registrados no primeiro semestre de 2011. “Esse fato se deve muito porque nessas avenidas há um grande fluxo de veículos e com isso, naturalmente, o número de colisões é maior”, afirma comandante do BPTran, tenente-coronel Leomir Mattos de Souza.
Encabeçando a lista, esta a Avenida Marechal Floriano Peixoto, que registrou entre janeiro e junho deste ano um total de 102 acidentes. Segundo o comandante, a via tinha sérios problema com as conversões à esquerda e também apresenta um ponto crítico no cruzamento com a rua Rua Bley Zorning, no Boqueirão. “Na Marechal Floriano Peixoto foram realizadas proibições de conversões à esquerda e isso tem ajudado muito”, afirma.
Em segundo lugar, está a Avenida Visconde de Guarapuava com 83 acidentes registrados no primeiro semestre de 2011, sendo que 79 deles ocorridos em colisões de cruzamentos. Para o tenente-coronel, os números se devem ao fato da via cruzar os centro da cidade. “Os pontos de acidente são justamente nos pontos da avenida que cortam a região do centro”, diz.
Av. das Torres
Na terceira colocação está a Avenida Comendador Franco (das Torres), com a marca de 78 acidentes, sendo 66 em cruzamentos. Nesta via, um dos pontos críticos é o cruzamento com a rua Coronel Francisco Heráclito dos Santos. “Os acidentes ocorrem em sua maioria por imprudência dos motoristas. Todos esses cruzamentos são sinalizados e com semáforos funcionando”, explica o comandante.
Na quarta e quinta posições estão as avenidas Victor Ferreira do Amaral e Sete de Setembro com as marcas 70 e 68 acidentes registrados no primeiro semestre de 2011, respectivamente. A primeira, que vai do bairro Tarumã até a entrada do município de Pinhais teve 65 colisões em cruzamentos, com o ponto crítico no viaduto da BR 116, futura Linha Verde. Já na Sete de Setembro teve um total de 55 acidentes em cruzamentos, com o ponto crítico localizado no encontro com a Rua Mariano Torres, próximo à rodoferroviária.
DPVAT garante indenizações
Muitos não sabem, mas toda vítima de acidente de trânsito tem direito ao Seguro DPVAT, que garante o recebimento de indenizações, mesmo que os responsáveis pelo acidente não arquem com os custos e prejuízos que devem. As indenizações são administradas única e nacionalmente pela seguradora Líder.
Segundo o diretor presidente da empresa, Ricardo Xavier, o procedimento para o recebimento do seguro pelas vítimas de trânsito é bastante simples e não é preciso usar intermediários para fazer o pedido de indenização. “Basta apresentar os documentos solicitados pelo órgão responsável na seguradora de sua escolha, no prazo de três anos, a contar da data da ocorrência do acidente”, destaca. No estado do Paraná, são 118 seguradoras credenciadas, sendo 39 delas na capital paranaense.
Curitiba reduz índice de acidentes
O número de acidentes em Curitiba caiu 39,7% nos últimos dez anos, com redução de 34,1% no total de acidentes com vítimas; de 59% no número de atropelamentos e de 53% no número de mortos. Pelo menos é o que diz os dados levantados pela Unidade de Pesquisa e Estatística da Urbs. Os dados levam em conta o aumento da frota (65,7%) e os números de acidentes registrados pelo BPTran em 2001 e 2010. No caso de mortes, o BPTran registra apenas mortos no local.
A comparação dos índices de acidentes por veículos também mostra redução. O &,iacute;ndice de mortos no local por dez mil veículos foi de 0,60 no ano passado, o que representou uma redução de 53,8% em relação a 2001. Foram sete atropelamentos por dez mil veículos, com redução de 59% em relação a 2001 quando este índice era de 17,07. O total de acidentes com vítimas por dez mil veículos foi de 42,07, uma redução de 26,8% em relação há dez anos.
Com algumas pequenas variações o índice de acidentes vem caindo gradualmente ano a ano, revertendo uma tendência de aumento. Projeção feita pela Unidade de Pesquisa e Estatística da Urbs mostra que se a tendência de crescimento verificada até 1996 tivesse se mantido, Curitiba teria registrado, no ano passado, 60 mil acidentes de trânsito.