Circular pela região do Viaduto do Caiuá, na Cidade Industrial de Curitiba, é um desafio que assusta motoristas e pedestres. Um dos poucos acessos a uma região bastante populosa, o local por onde passam a BR-376 (Contorno Sul), a Avenida Juscelino Kubitschek e a Rua Raul Pompeia é um forte concorrente ao “prêmio” de trânsito mais caótico da cidade.

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Os Caçadores de Notícias foram até lá e acompanharam o drama de quem precisa passar pelos cruzamentos em um dos horários de trânsito mais intenso, das 17h30 às 18h30. Nesse período, foi impossível contar o número de freadas bruscas, buzinadas e situações que ficaram a centímetros de um acidente. Enredo que se repete todos os dias também no começo da manhã.

Paralelas à BR, a Juscelino Kubitschek e a via marginal do Contorno Sul têm tráfego em mão dupla, assim como a Raul Pompeia, que as cruza, passando por baixo do viaduto. Virar à esquerda, atravessando a pista em sentido contrário, se torna um grande problema nos momentos de maior movimento. Para fazer a conversão, muitos motoristas são obrigados a fazer manobras arriscadas.

Gisele Vasconcelos, que mora no Caiuá há cinco anos e passa todos os dias por ali, contou à Tribuna como é difícil fazer o caminho de casa ao trabalho. “Ou a gente passa no sinal vermelho, ou tem que se jogar no meio dos carros e caminhões. Quando estou sozinha, eu até enfrento, mas com o meu filho de 6 anos no carro, o medo é muito grande”, afirma.

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Ela diz que tenta adequar seus horários para evitar o viaduto no período de maior movimento. “Meu filho entra na escola às 7h40, mas saio de casa às 6h30. Adianto minha vida em uma hora para passar por aqui com segurança, pelo menos na parte da manhã. Mas na saída não tem o que fazer. É arriscar e pedir a Deus para chegar bem em casa”.

O motoboy Eduardo Rodrigues da Silva também enfrenta o cruzamento todos os dias e já viu muita gente se enroscar por ali. “Os acidentes são corriqueiros. Este é o único acesso ao Caiuá. Outro, só na Vila Sabará, a quatro quilômetros daqui. Daí vira essa confusão. Como também é o retorno da BR, é caminhão entrando e saindo o tempo todo.”

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Melhorias sem data pra acontecer

Gisele acredita que uma medida simples melhoraria bastante o trânsito por ali. “Deveria ser obrigado a dar a volta na quadra para fazer a conversão à esquerda, como acontece em muitas ruas movimentadas da cidade. Os sinaleiros que colocaram há mais ou menos um ano não adiantaram quase nada”, sugere.
Eduardo ainda reclama de outro problema da região. “A Raul Pompeia está totalmente inviável. É muita buraqueira desde o Terminal Fazendinha até o viaduto”, lamenta. A revitalização da via chegou a ser anunciada pelo ex-prefeito Luciano Ducci no ano passado, mas nunca saiu do papel.

A prefeitura de Curitiba reconhece o local como um ponto crítico para o trânsito. Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), um reforço na sinalização, com pintura das faixas, está programada, mas sem data prevista. A proibição de conversão à esquerda nos cruzamentos seria inviável pelo grande fluxo de caminhões que fazem o retorno da BR.

Uma solução definitiva seria a construção de mais viadutos e trincheiras, mas como a rodovia é federal, essas obras são de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Enquanto as melhorias não acontecem, a recomendação da Setran é que os motoristas tenham paciência e respeitem sempre as leis de trânsito.

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Marco André Lima
Impossível contar o número de freadas bruscas, buzinadas e situações perigosas.