A luta das 70 famílias que estavam acampadas no campo de experimento de soja e milho transgênicos da multinacional suíça Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, no Oeste do Paraná, continua na Justiça, contra os crimes da transnacional. É o que informa comunicado da Via Campesina. A nota diz que ?atualmente, o forte cheiro de agrotóxicos e a contaminação da biodiversidade praticada pela Syngenta é parte do passado do antigo campo de experimentos. Desde que chegaram no campo de experimento, de 127 hectares, os camponeses trabalharam pela recuperação do solo, com a produção de sementes crioulas, em sistemas agroecológicos. As sementes serão distribuídas a camponeses de todo o Brasil durante a VI Jornada de Agroecologia, que começa nesta quarta-feira (11) e vai até sábado (14) na Unioeste, em Cascavel.?
O informe ressalta que ?foram plantadas na área mais de 3 mil mudas de árvores nativas. A existência das árvores nativas inviabiliza o cultivo de transgênicos no campo experimental, porque a legislação ambiental proíbe seu corte. A Via Campesina espera que a empresa não destrua estas árvores. As famílias que resistiram por mais de um ano, acampadas na área, desde março de 2006, seguem para o assentamento Olga Benário, no mesmo município, que num ato de solidariedade estão acolhendo os trabalhadores que não têm para onde ir?.
O comunicado da Via Campesina destaca também que ?a ocupação e a resistência das famílias acampadas tornou os crimes da Syngenta conhecidos em todo o mundo e o acampamento recebeu a solidariedade internacional de mais de 300 organizações e dezenas de cientistas e outras personalidades. Mesmo com a saída dos camponeses, a luta da Via Campesina pela desapropriação do campo de experimentos ilegais de transgênicos, e a sua transformação num Centro de pesquisa e ensino em Agroecologia continua. A Via Campesina continua exigindo que a transnacional pague a multa de R$ 1 milhão, aplicada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por não possuir licenças ambientais exigidas pelo órgão para realização de testes com transgênicos na fazenda localizada em Santa Tereza do Oeste. Praticando experimentos dentro da zona de amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu.?
A nota finaliza adiantando que ?os camponeses também aguardam julgamento dos recursos do governo do Estado, no Tribunal de Justiça e Superior Tribunal de Justiça, contra a anulação do decreto de desapropriação e a reintegração de posse da área?