Gera polêmica o projeto de lei de autoria dos vereadores Chicarelli (PSDC) e Valdemir Soares (PRB) que pretende proibir a venda de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis e lojas de conveniência neles instaladas das 23h às 6h. A proposta é semelhante à apresentada pelo deputado Edson Praczick (PRB), que não foi aprovada na Assembleia Legislativa.
Apesar de saber da resistência que terá, Chicarelli está confiante de que a ideia avance. De acordo com o autor, os principais alvos são as pessoas que consomem álcool em diversos locais. “A pessoa que sai da balada e vai passando em outros lugares e acaba chegando aos postos. Esse último gole pode ser a diferença entre um acidente ou não”. Sobre a possível queda de faturamento, o vereador pede compreensão dos proprietários. “A venda ocorreria durante todo o dia e a proibição é comercializar bebidas alcoólicas na madrugada. O comércio de lanches e outros produtos ocorreria normalmente”. O administrador de empresas Altair Mendes é favorável à proibição e argumenta que muitas vezes quem compra bebida chega e sai do posto dirigindo. “Se existe a lei seca, é para ser cumprida. Além da bagunça, os motoristas saem do posto com a bebida nas mãos”.
Para o proprietário de posto de combustíveis Pedro Ignacio Millan, a lei discrimina um ramo, no caso os postos, pois a proibição não se encaixa para bares, mercados e outros comércios. Apesar de não acreditar na funcionalidade da lei, ele afirma que a proibição deveria ser geral e que a lei em vigor deveria ser melhor controlada. “O que é proibido é o consumo nas dependências do posto. Mesmo assim, o controle é difícil de ser feito. Policiais nem sempre aparecem após as solicitações e muita gente compra a bebida em outros locais e vem consumir no pátio do posto. Os funcionários são orientados a proibir, mas muitas vezes não conseguem coibir e são ameaçados”.
Millan diz que “quem quer consumir álcool vai conseguir em qualquer local” e que a possível proibição atrapalharia outras pessoas que utilizam as lojas de conveniência. “Em um caso de necessidade, clientes optam por comprar álcool e outros produtos e consumir em casa. Esses perderiam a facilidade e rapidez das conveniências”, avalia.