Por unanimidade, os vereadores da câmara municipal de Sarandi, região noroeste do Paraná, votaram ontem contra a emenda à lei orgânica que tratava do recebimento de lixo de outras cidades no aterro local.

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A emenda não proibiria de forma efetiva que rejeitos provenientes de outros municípios pudessem ser levados a Sarandi, o que teria pautado a decisão dos vereadores.

A informação de que a prefeitura de Maringá, vizinha ao município, estudava a possibilidade de enviar o lixo produzido na cidade – cerca de 300 toneladas por dia – para o aterro de Sarandi causou surpresa à população, que fez vários protestos contra a medida nos últimos dias. Dessa forma, o prefeito de Sarandi, Milton Martini, propôs a emenda de mudança da lei – mas sem especificações que garantissem o não recebimento do lixo.

Até o final da tarde de ontem, a prefeitura de Sarandi ainda não havia recebido o rechaço dos vereadores de maneira formal. Segundo o secretário de Comunicação da cidade, Geraldo Irineu, a prefeitura só poderá estudar os próximos passos depois de receber a informação formalmente.

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Já o secretário de Meio Ambiente de Sarandi, José Luís de Almeida, disse que não estava sabendo da decisão dos vereadores. Mas, como ontem mesmo a prefeitura de Maringá se manifestou contrária à ideia de levar o lixo para Sarandi, o impasse poderia caminhar para uma solução.

Segundo o assessor de imprensa da prefeitura de Maringá, Diniz Neto, enviar o lixo para outra cidade foi apenas uma alternativa encontrada, e não uma certeza, diante do fato de que problemas judiciais determinam que os resíduos de Maringá só poderão ser encaminhados ao aterro da cidade até no máximo o mês de outubro.

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“Se depender da prefeitura de Maringá, o lixo não vai para Sarandi. Nosso prefeito pegou o lixão daqui e transformou em um aterro e já fizemos experiências de tecnologias viáveis para a destinação do lixo. Nossa solução definitiva é o tratamento dos resíduos, a contratação de uma empresa para isso”, afirmou.

Segundo Neto, uma licitação para uma empresa receber o lixo em caráter de emergência e outra licitação para escolher quem vai tratar o lixo da cidade já estão em andamento.

“Esperamos começar o tratamento do lixo em seis meses”, garantiu. Segundo o secretário de Comunicação de Sarandi, o aterro do município não está saturado, mas a população não aceita que, além de receber 40 toneladas de lixo por dia somente de Sarandi, Maringá contribua com mais 300 toneladas. “Acreditamos que receber mais lixo interferiria no meio ambiente”, comentou. O aterro sanitário de Sarandi foi privatizado ainda na gestão do prefeito anterior, Cido Spada, e é administrado pela empresa Pajoan.