Veranistas encontram problemas ao descer a serra

A reportagem de O Estado aproveitou o feriadão da Independência e desceu a Serra do Mar para ver as condições que o paranaense encontra no litoral do Estado. Apesar das baixas temperaturas e da falta de sol, cerca de 22 mil automóveis passaram pelo pedágio da BR-277 em direção às praias até as 13h de ontem, segundo a concessionária Ecovia. O número de acidentes, porém, na opinião do tenente da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), Adilson dos Santos, responsável pelo patrulhamento das estradas do litoral, foi abaixo do considerado normal para feriados. ?O motorista, de uns tempos para cá, parece estar mais consciencioso?, diz.

Logo na saída de Curitiba, uma constatação positiva do que o tenente afirma: o curitibano, sentindo a pressão da utilização de radares de controle de velocidade por parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF), está tirando o pé do acelerador, tanto no trecho da BR-277 antes do pedágio, quanto no restante da rodovia, que liga Curitiba a Paranaguá. ?Quem desce está vindo mais devagar, talvez por medo das multas?, explica Silva.

Nas rodovias estaduais, que ligam a BR-277 às praias, o movimento de carros também era intenso. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) aproveitou o dia para realizar blitze com o objetivo de flagrar transportes coletivos clandestinos, o que, de acordo com o órgão, costuma aumentar as estatísticas de acidentes devido a má conservação dos veículos utilizados para esse fim.

No domingo, dia 11, das 15 as 18h, na PR-407, que liga Praia de Leste à BR-277, a PRE realiza a Operação Volta, quando o fluxo do trânsito será desviado apenas para o sentido da BR-277, para facilitar o retorno para a capital e para o interior do Estado.

Obras

Na PR-412, que vai de Praia de Leste a Pontal do Sul, o DER está fazendo obras para criar acostamentos na via e melhorar a sinalização. Porém as mudanças, que já duram cerca de nove meses, só chegaram até o Balneário de Shangri-lá. Nos restantes dez quilômetros até Pontal e em um trecho urbano no Balneário de Ipanema, a rodovia continua apresentando muitos problemas, como o estreitamento da pista, que não tem acostamento, e a alta concentração de pedestres. As obras dificilmente terminarão até a chegada da temporada de verão.

Mesmo assim, o comerciante Lucídio Moreira, que há dez anos mora em Ipanema, comemora as novidades. ?Juntamente com a mudança que a Sanepar está promovendo, de não mais jogar o esgoto no mar, aposto em um aumento de turistas para os nossos balneários?, diz. Já o taxista Benedito Carlos Zaguine, acredita que a maioria dos municípios praianos precisa de mais investimento em infra-estrutura para concorrer com os atrativos do litoral catarinense. ?Falta até iluminação pública na região. E além de tudo, para vir para cá, o turista precisa pagar pedágio?, afirma.

Quem preferiu chegar ao litoral por Garuva, através da SC-415, para não pagar pedágio ou para não ter que enfrentar a travessia de ferryboat para Guaratuba, teve que ficar parado em uma fila de aproximadamente dez quilômetros que se formou, já que parte da via está em obras para recuperação.

Calçadas esburacadas de Matinhos ainda sem solução

Apesar do grande movimento nas estradas em direção ao litoral, as praias passaram a quarta-feira praticamente vazias. Pouca gente se arriscou a sair de casa e enfrentar os 15ºC e o chuvisco que caracterizou a quarta-feira nas maiores praias do Estado, como Caiobá e Guaratuba. Segundo o Simepar, hoje a temperatura no litoral não passa dos 26ºC, com mínima de 15ºC. Além disso deve chover pela manhã. O sol só deve mostrar a cara amanhã, quando a mínima esperada é de 15ºC, e a máxima de 25ºC.

Em Matinhos, nem mesmo passear pela orla está sendo uma boa opção durante o feriado, já que o problema das calçadas engolidas pela areia e pelo mar persiste. O prefeito do município, Francisco Carlim dos Santos, disse que não vai mais investir dinheiro para colocar pedras nas praias sem que seja apresentado pelo governo do Estado um projeto que resolva definitivamente o problema. ?Temos que encontrar uma solução rapidamente. Não se pode mais fazer obras paliativas?, explicou.

Em junho, a cidade apresentou ao governo estadual um projeto para revitalizar sua orla, mas até agora não obteve resposta nem do governo estadual nem do federal sobre a possibilidade de liberar recursos. Segundo Santos, o governador Roberto Requião está relutante e diz que prefere desapropriar os terrenos próximos ao mar, mesmo que isso seja mais caro. O problema, portanto, deve persistir mesmo após o fim da temporada de férias. (DD)

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