Pelo menos 37 municípios paranaenses foram atingidos pela chuva e fortes ventos que começaram na última quarta-feira em todo o Estado. Sofreram estragos 14 cidades na região de Maringá, oito na região de Londrina, oito em Cascavel, cinco em Ponta Grossa e duas em Foz do Iguaçu. A Defesa Civil está em alerta para mais chuva, ventos e a possibilidade de granizo hoje e amanhã, nas regiões centro-oeste e norte.
As áreas mais atingidas ficam a oeste e a norte do Estado e a recuperação dos estragos deve continuar durante todo o dia. Até o início da noite de ontem, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) e a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) ainda não tinham conseguido restabelecer os serviços em algumas localidades.
No oeste, cerca de 240 mil domicílios ficaram sem eletricidade devido à quebra de 80 postes, rompimento de cabos, queda de árvores sobre as redes e queima de transformadores.
Equipes de emergência da Copel tiveram mais trabalho para restabelecer os cerca de 12 mil consumidores das cidades de Formosa do Oeste, Nova Aurora e Cafelândia, onde a luz só voltou durante a madrugada de ontem.
Entre as subestações de Cascavel e Assis Chateaubriand, os ventos derrubaram três torres e danificaram uma quarta estrutura de uma linha de transmissão operada em 138 mil volts.
No entanto, de acordo com a estatal, a queda no trecho não afeta o abastecimento pela inversão do fluxo de energia entre as subestações. Se o tempo permanecer estável, a reconstrução das torres deve levar uma semana. Em diversos municípios do oeste, ainda havia 10 mil domicílios sem luz.
Outro problema enfrentado foi a falta de água, com a qual devem sofrer hoje ainda os municípios de Assis Chateaubriand e Iracema do Oeste. Na região norte, Londrina chegou a ter 35% da cidade sem água, o equivalente a 200 mil domicílios sem água por até 5 horas. Em Arapongas, a previsão é que o atendimento seja restabelecido hoje.
Informações
Ontem, o tenente Eduardo Gomes Pinheiro, chefe da Seção Operacional da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, ressaltou a importância de cada município dar mais atenção aos boletins meteorológicos emitidos para preparar a população.
“Em cada cidade, o responsável pela Defesa Civil é escolhido pelo prefeito e muitos deles nunca fizeram um levantamento da área de risco e não sabem quais regiões podem ter problema de alagamento. Assim, qual vai ser a finalidade de um alerta meteorológico?”, questiona.
Para Pinheiro, a Defesa Civil deve fazer esse levantamento antes da chuva para agilizar o atendimento. “Muitas vezes os municípios agem passivamente e esperam socorro do Estado. Quem sofre é a população”, afirma.