Todo o mês cerca de 2,5 mil veículos são multados por não reduzir a velocidade ao passar por uma lombada eletrônica em Curitiba. O número é pequeno se comparado com os 13 milhões de carros que passam por esses equipamentos em toda a cidade, por mês. Porém, se levarmos em conta que as lombadas estão em pontos de grande tráfego de pedestres e perto de escolas, a situação não deixa de preocupar. Ontem fez 15 anos que as lombadas eletrônicas foram instaladas na capital.
A diretora de trânsito da Urbs, Rosangela Battistela, não tem dúvida de que o equipamento ajuda a evitar acidentes. Tanto que a Prefeitura prepara para setembro o edital de licitação para contratar a nova empresa que vai gerir o sistema. O contrato com a Perkons S/A, que criou em 2002 o equipamento instalado hoje em 16 estados brasileiros, está perto do fim.
A coordenadora regional da ONG Criança Segura, Alessandra Françóia, diz que a lombada é fundamental para evitar acidentes perto de escolas. Ela explica que em vários casos a instalação do dispositivo ajudou a eliminar o problema. Na Escola Municipal Araucária, no Bairro Alto, foi constatado que alguns veículos trafegavam no local a aproximadamente 80 quilômetros por hora. Um aluno do colégio perdeu a vida na via. Depois de 2004, quando a lombada foi instalada, nenhum acidente ocorreu.
Na Escola Municipal Professor Germano Paciornik, no Boqueirão, o mesmo ocorreu. Dois alunos perderam a vida em apenas um mês. A via que dá acesso à escola foi asfaltada durante as férias e os carros começaram a trafegar com uma velocidade maior.
Na volta às aulas, os alunos não estavam acostumados com a mudança e acabaram sendo atropelados. O problema foi resolvido com a implantação de um equipamento na região.
Um estudo feito pela Perkons também ajuda a ilustrar a situação. Segundo o diretor da empresa, José Mário de Andrade, em locais sem a lombada eletrônica, 90% dos carros passavam acima da velocidade imposta pela sinalização. Com a implantação desse equipamento, o número baixou para 10% e com a cobrança da multa o índice baixou para 1%. Quem não obedece o limite de velocidade de 40 quilômetros por hora sente no bolso o resultado da imprudência. A multa varia entre R$ 85,13 a R$ 574,61, conforme a velocidade excedida.
Mas, apesar de os dados serem considerados positivos, ainda há cerca de 2,5 mil infrações que ameaçam a vida de pedestres, principalmente de crianças e idosos.
?Reduzir mais ainda este número depende da consciência de todos os motoristas. A lombada não é punição, é uma regra a ser seguida. Sinal de que ali é preciso ter um cuidado maior?, comenta Alessandra.