O envelhecimento da população brasileira significa, além do aumento da expectativa de vida, o avanço das doenças características da terceira idade. Nessa afirmativa se baseiam os estudos médicos e estatísticos sobre o desenvolvimento da doença de Parkinson e das demências, dentre as quais a maior parte é causada pelo mal de Alzheimer, que hoje atingem, respectivamente, 3% e 10% da população mundial com mais de 65 anos.

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Para discutir as preocupações e avanços da Medicina nesse sentido, uma série de especialidades médicas está reunida em Curitiba para o 2.º Simpósio Internacional de Neurogeriatria. Ontem o tema foi o mal de Parkinson e hoje será o de Alzheimer. "Esses dados aparecem só agora porque estamos alcançando a longevidade. A expectativa de vida no Brasil, por exemplo, já passa dos 70 anos", lembra o geriatra e diretor científico da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, seção Paraná, João Carlos Baracho. "O envelhecimento populacional no País foi muito rápido, por isso hoje passamos por uma carência de profissionais especializados para atender à demanda", continua.

O mal de Parkinson ocasiona tremores que se intensificam com o desenvolvimento da doença, ocasionando quedas, comprometendo a autonomia e podendo ocasionar rigidez nos movimentos. "Além dos tratamentos convencionais, temos novos medicamentos em pauta, alguns ainda não lançados no Brasil, a desmistificação da cirurgia, realizada no cérebro, provando que é eficaz, e estudos como a estimulação magnética transcraniana – estímulo do cérebro por meio de ondas eletromagnéticas – para cuidar, inclusive, da depressão ocasionada pelo mal de Parkinson", adianta Baracho, que vê na integração social um dos fatores mais importantes para o sucesso do tratamento.

Já o mal de Alzheimer responde por 60% dos casos de demência em todo o mundo. Trata-se de um comprometimento cerebral que ocasiona perda de neurônios gradativamente, refletindo em ausência de memória, distúrbios de atenção e alterações comportamentais, até perda de autonomia e da capacidade de realizar atividades cotidianas. A doença evolui progressivamente e pode levar à morte. Medicamentos podem retardar sua evolução, de acordo com o especialista. "A vacina era esperança, mas mostrou ser excessivamente tóxica. Novas pesquisas estão sendo desenvolvidas nesse campo, ao passo que os remédios atuais já se mostram bem menos tóxicos e há mais tolerância por parte do paciente."

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