Cerca de 100 mil litros de óleo vegetal vazaram, na noite de segunda-feira, de um dos tanques do Terminal 2 da empresa Cattalini Terminais Marítimos, localizado na Avenida Ayrton Sena, próximo ao Porto de Paranaguá. Desse total, entre um e dois mil litros atingiram a galeria de águas pluviais e chegaram ao mangue e à Baía de Paranaguá. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão acompanhando o trabalho de limpeza da área. Os prejuízos ao meio ambiente ainda não foram calculados. A empresa divulgou em nota que não houve prejuízos ao meio ambiente.
Segundo a Cattalini, o vazamento de óleo de soja começou por volta das 23h30 de segunda-feira, devido ao rompimento da válvula que controla a entrada e a saída do produto em um dos tanques da empresa. A maior parte do material foi contida por diques de contenção que existem em volta desses reservatórios, mas parte do óleo vegetal acabou atingindo as galerias de águas pluviais. Logo após o incidente, a empresa acionou o IAP para acompanhar os trabalhos de contenção do óleo e de limpeza na região. ?Ao verificarmos o vazamento à noite, já ficamos atentos a um possível escoamento para o mar e orientamos a instalação de barreiras de contenção ao final das galerias?, disse o chefe do escritório regional do IAP em Paranaguá, Reginato Bueno. Cerca de 98% do produto vazado no pátio da empresa foi retirado ou contido na mesma noite, com auxílio de aparelhos de sucção e mais de 400 metros de bóias de absorção. Ontem pela manhã, os técnicos do IAP verificaram que o óleo também havia chegado ao mangue e à baía. Quando a maré subiu e invadiu as galerias através do canal do Rio Anhaia, o produto foi levado pela água.
Segundo o chefe do Ibama em Paranaguá, Lício Domit, ontem o material havia se espalhado cerca de um quilômetro pelo lado direito e esquerdo após o fim do canal, chegando até a altura do Santuário de Nossa Senhora do Rocio. Técnicos das empresas Hidroclen e Ecosorb – contratadas pela Cattalini para atendimento imediato a esses tipos de situações – trabalham no local.
Reginato calcula que cerca de 80% do óleo que vazou para o meio ambiente foi recolhido, e o trabalho deve terminar em dois ou três dias. Até lá, os dois órgãos ambientais vão monitorar e orientar as atividades. Para ele, ainda é cedo para precisar danos. O óleo em grande quantidade pode impedir a respiração de plantas e animais, e afeta as raízes dos mangues, entre outros problemas.
Foram realizadas coletas da água e do mangue atingidos pelo óleo para análise. ?Depois de concluídas as análises e dimensionado o impacto ambiental, o IAP irá definir o valor da autuação que será aplicada à empresa?, acrescentou o chefe do escritório regional. Ontem, o Ibama encontrou uma tartaruga morta, mas Domit disse que só através de exames poderá ser verificado se a morte do animal tem alguma relação com o óleo. No terminal onde houve o vazamento estão instalados 35 tanques para o armazenamento de produtos não-inflamáveis e as atividades não precisaram ser paralisadas. Segundo Reginato, neste ano, essa é a segunda vez que ocorreu um problema desse tipo no pátio da empresa. O primeiro ocorreu há dois meses.