Os telefones públicos do bairro Barreirinha, em Curitiba, estão em estado deplorável. Muitos aparelhos não funcionam e são vítimas de ações de vandalismo, permanecendo depredados e com as cabines pichadas.
?No bairro há muita gente que não tem telefone em casa e necessita dos equipamentos públicos. O difícil é, em um momento de emergência, encontrar um aparelho funcionando. As pessoas acabam dependendo de favores de vizinhos?, afirma o vendedor autônomo e morador da Barreirinha, Norberto Mossato.
Há dez dias, o orelhão presente em frente ao mercado em que trabalha o gerente João Gonçalves, na Rua das Paineiras, foi incendiado. Da estrutura, restou apenas a base, totalmente chamuscada. ?O pior é que o fogo quase se espalhou e por pouco não atingiu também o mercado. Seria uma tragédia?, diz.
O susto foi tão grande que João não quer que outro telefone seja instalado em frente ao estabelecimento. ?Tenho medo que possam colocar fogo de novo e que da próxima vez o mercado não escape. Sei que o telefone está fazendo falta para a vizinhança, mas espero que ele seja instalado em um local um pouco mais distante de onde trabalho.?
O fato gerou insegurança entre outros comerciantes que possuem orelhões próximos aos imóveis que ocupam. É o caso do proprietário de uma loja de presentes na Rua Umberto Geronasso, Saimon Santiago Vieira, que têm dois orelhões instalados em frente a seu estabelecimento, um em funcionamento e outro quebrado. ?Já perdi a conta do número de vezes que liguei para a Brasil Telecom solicitando reparos. Os técnicos vêm ao local, arrumam e dias depois algum dos telefones não está funcionando novamente. Nunca aconteceu nada tão grave quanto colocarem fogo, mas mesmo assim fico com um pouco de medo.?
Brasil Telecom
A Brasil Telecom, através de sua assessoria de imprensa, informa que serão feitas verificações dos telefones presentes na Barreirinha e aconselha a população a denunciar atos de vandalismo através do número 0800-410802. Em todo o Paraná, estão instalados 66 mil aparelhos. Mensalmente, uma média de 5 mil passam por restauros. Deste total, 30% são devido a vandalismo. Em média, a empresa gasta R$ 80 no conserto de cada aparelho.