Cancelas que impedem o trânsito de veículos automotores em passagens de nível localizadas na Vila Trindade e Mercúrio, zona leste Curitiba, estão sendo alvos constantes de ações de vandalismo. De duas a três vezes por semana, funcionários da empresa Sinalização de Ferrovias (Sinaf), que presta serviços terceirizados à América Latina Logística (ALL) ? concessionária das ferrovias da Malha Sul da Rede Ferroviária Federal ?, precisam comparecer aos locais para substituir semáforos roubados, cancelas partidas, sinalizadores sonoros inoperantes e placas indicadoras de passagens de nível pichadas ou perfuradas por tiros.

O problema teve início há dois meses, quando um sistema automático de cancelas foi instalado. Segundo o diretor da Sinaf, Wilson Medvid, a suspeita é de que os autores do vandalismo sejam alguns dos próprios moradores das vilas ou de regiões próximas. Ele teme pela segurança de quem passa com freqüência pelos locais. “A falta de sinalização adequada pode causar acidentes graves”, adverte.

O prejuízo causado pelos vândalos ainda não foi calculado, mas Wilson garante que os custos de manutenção das cancelas são muito altos. “Nos EUA, sistemas semelhantes são mantidos por vinte ou trinta anos apenas com a utilização de graxa a cada doze meses”, garante. “Também na cidade do Rio, instalamos cancelas automáticas em áreas de favelas e, até agora, não tivemos grandes problemas. O que acontece em Curitiba é inacreditável.”

Funcionários ameaçados

Funcionários responsáveis pela manutenção das cancelas estão amedrontados. Já viraram figuras conhecidas nas regiões e estão sofrendo uma série de ameaças. “Os vândalos ligam para a Sinaf dizendo que vão nos bater e até nos matar caso voltemos a trocar os equipamentos quebrados das cancelas”, reclama o assessor geral Juscimar Alves. “Não entendemos os motivos de tanta revolta e vandalismo”, completa o técnico em eletrônica Sérgio Casagrande.

Estacionado nas proximidades das passagens de nível, um carro da Sinaf já foi arrombado. Segundo os funcionários, os vândalos também já ameaçaram pôr fogo no caminhão de serviço da empresa.

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